Em reverência ao Dia Mundial do Teatro e do Circo, 150 atores e dançarinos selecionados para o elenco do espetáculo “Paixão, Segundo Antônio Conselheiro”, de Fernando Teixeira, com direção de Roberto Cartaxo, vão encenar esquetes na Praça Dom Adauto, nesta quinta-feira (27), às 21h.

O trabalho não se trata de um prelúdio do que o público vai ver nos dias de apresentações oficiais, em abril. “Consiste mais em um exercício cênico livre, em que a expressividade e o trabalho corporal são postos à prova, como parte do trabalho de preparação do ator”, explica a diretora de Artes Cênicas da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), Kalline Brito.

O ensaio da “Paixão, Segundo Antônio Conselheiro” será realizado antes, às 19h, no Casarão 34. “Esta vai ser uma ocasião de grupos que se reúnem para interagir e aprender”, acrescenta Roberto Cartaxo. O ator e diretor Fernando Teixeira também estará presente, mas apenas na condição de espectador. “Como escrevi o texto, prefiro ficar distante e não interferir na evolução do trabalho do elenco e direção”.

O ator e palhaço Dadá Venceslau será o mestre de cerimônia da apresentação circense da noite. Dez números, incluindo poesia encenada, palhaços e teatro, estão na programação. “A minha performance, de mágica, prestará uma homenagem ao diretor Roberto Cartaxo”, antecipa Dadá, que também é arteterapeuta e auxilia a reabilitação de dependentes químicos atendidos pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP).

Dia do Teatro – O Dia Mundial do Teatro foi criado em 1961 pelo Instituto Internacional do Teatro (ITI), data da abertura do Teatro das Nações, em Paris. O marco inaugural foi à reunião de um grupo de pessoas em uma pedreira para se aquecer do frio.

A fogueira fazia refletir a imagem das pessoas na parede, o que levou um rapaz a se levantar e fazer gestos engraçados, refletidos nas sombras. Um texto improvisado acompanhava as imagens, trazendo a ideia de personagens fracos, fortes, oprimidos, opressores e até de Deus e do diabo, segundo Margarida Saraiva, da Escola Superior de Teatro e Cinema, de Portugal.

Dia do Circo – O Dia do Circo foi criado em homenagem ao palhaço Piolim, Abelardo Pinto, que comandou o circo Piollin por mais de 30 anos. O seu pai havia sido dono de circo quando Abelardo ainda era pequeno, local onde aprendeu a tocar violino e a fazer contorcionismos e acrobacias.

A data foi instituída em razão de seu nascimento, em 1897, em Ribeirão Preto, São Paulo. Abelardo chegou a fazer espetáculos beneficentes, junto com um grupo de artistas espanhóis, que lhe deram o apelido de Piollin, que significa barbante, devido às pernas compridas e finas.

Piollin era engajado com os movimentos artísticos e culturais, sempre preocupado em divulgar a arte como forma de expressão cultural. Foi homenageado pelos intelectuais da Semana de Arte Moderna de 1922, como Tarsila do Amaral, Mário e Oswald de Andrade e Anita Malfati, como o maior artista popular brasileiro.