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Elefante da Torre homenageia moradores do bairro

TORRE


12/02/2015



A agremiação carnavalesca ‘Elefante da Torre’, fundada em fevereiro de 1996, completa em 2015 sua 19ª edição de desfile nas ruas do bairro da Torre, em João Pessoa. O bloco vem na luta da resistência cultural da cidade e da comunidade e realiza nesta edição homenagens à moradores ilustres do bairro.

História do bloco

A ideia de fundar a Agremiação ‘Elefante da Torre’ surgiu 10 anos antes da criação propriamente dita do bloco. No entanto, devido à falta de estrutura para que o desejo fosse concretizado, o bloco só surgiu efetivamente em 1996, quando em fevereiro, o funcionário público estadual, Flauber Santos, idealizador da agremiação, utilizou dinheiro do próprio bolso e contou com a ajuda de outros moradores do bairro para dar vida ao bloco.

Fizeram parte da primeira diretoria da agremiação Marcos Antônio de Oliveira, conhecido por ‘Manguito da Torre’; Cauim Neves fez a arte do desenho da primeira camiseta da agremiação; Geraldo, conhecido por ‘Deo’ foi quem saiu pela primeira vez como porta-estandarte do bloco; João Santos, Jean Pierre e Jonas Santos foram os responsáveis pelo desfile da primeira alegoria que abrilhantou o percurso dos foliões.

Tal alegoria foi confeccionada pelo professor Artes, Breno Matos, que também confeccionou o primeiro estandarte. O professor Breno doou ainda um boneco gigante denominado de ‘papa-angu’. Quem conduziu o boneco foi um dos diretores do ‘Elefante da Torre’, Jonas Santos, conhecido por Nego.

Outro incentivador do bloco foi o ex-presidente da Federação Carnavalesca de João Pessoa e radialista, Cardivando Cavalcante de Oliveira. Ele foi o primeiro locutor a puxar o bloco no carro de som nas duas concentrações do bloco à época.

Edição de 2015

Neste ano de 2015 o ‘Elefante da Torre’ optou por fazer homenagens a homens e mulheres da melhor idade que contribuíram com os velhos carnavais da comunidade do bairro e de João Pessoa, personalidades moradoras da Vila Vicentina e da Torre.

Entre os homenageados e convidados para 2015 estarão o chargista e cartunista Luzardo Alves; Luziberto Costa do Nascimento (Beto dos Bandeirantes); Iran Luiz; Zé Vieira; Cristina Pereira; Ligia Pedroza; Gláucio Rocha; Bernardo Filho; João Camurça; Clovis Pereira de Oliveira; Zennedy Bezerra; Dida Fialho e Deo Nunes e Assis Mandela.

A concentração do bloco é na Padaria Imperial (por trás do posto Beira-Rio), às 18h00, no dia 13 de fevereiro (sexta-feira) de 2015. O ‘Elefante da Torre’ será puxado pela Orquestra ‘Tambaú do Frevo’, do maestro Zé Erinaldo, conhecido por ‘Maçarico da Torre’.

Walter Santos, filho da Torre, teve acesso à estampa da camiseta em primeira mão, através do fundador do bloco, Flauber Santos. A camiseta traz o desenho do chargista, Luzardo Alves. Confira a confecção na foto acima à direita.

Carnaval da Torre

A Torre sempre foi um caldeirão efervescente da cultura popular. No bairro, o frevo surge por volta de 1925 com o Bloco dos ‘Fadistas’. Alguns foliões deste bloco se fantasiavam como os lordes da Espanha, da Holanda, de Portugal e etc.

Posteriormente foi fundado o bloco ‘Bote que eu Bebo’ em 1929 por trabalhadores autônomos que trabalhavam em feiras livres, padarias, construção civil e etc. Os mesmos bebiam e brincavam de ‘mela-mela’ nas mercearias e bodegas da Torre com talco, amido de milho, tempero colorífico e farinha de trigo.

Os foliões saíam pelas ruas do bairro com fantasias e indumentárias feitas de sacos de estopa e de farinha de trigo, chamados de ‘Ursos’. Cada criança ou jovem fazia suas próprias fantasias e suas máscaras de papel com elástico, pintadas com bisnagas – tintas usadas para pintar rodapés das casas. Cada um fazia seus bombos de lata e saía brincando em grupos o carnaval de rua. Visitavam casa por casa pedindo dinheiro e cantando. Uma das canções entoadas era ‘quebra-quebra guabiraba/ quero ver quebrar’ e, ‘este aí é gente boa/esta aí é miserável’.

Na mesma época existia o ‘Corso da Torre’ que reunia pessoas em carros enfileirados arrastando latas presas aos para-choques, troças em caminhões, batucadas e charangas pelas ruas da Torre.



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