O escritor, produtor rural e animador cultural Eilzo Matos apelou neste sábado para que o governador em exercício, Marcos Cavalcanti, insira nas prioridades de seu curto mandato a inclusão do "Memorial Sousense" pela importância dos registros artisticos e culturais de Sousa.

Em carta aberta, Eilzo Matos relembra fatos históricos para sensibilizar o governador.

Eis a carta:

APELO URGENTE URGENTÍSSIMO AO GOVERNADOR MARCOS CAVALCANTI

Conheço o governador Marcos Cavalcanti pela leitura de suas obras como historiador, tratando de sua cidade Mamanguape e da Paraíba, e mais atividades no campo da cultura que o levaram merecidamente para a Academia Paraibana de Letras. Sou seu admirador pelo comportamento pessoal como cidadão e pela carreira vitoriosa na magistratura e nas letras. Aproveito a sua presença à frente do governo do Estado para encaminhar uma solicitação, cuja efetivação, mesmo inicial, marcará um elogiável relacionamento com a nossa cidade, sempre ciosa do respeito e admiração dedicados ao Poder Judiciário, aos juízes e promotores publicos que foram titulares da comarca.

A leitura de matéria publicada no site “Polêmica Paraiba”: “A primeira agenda oficial do governador em exercício, Marcos Cavalcanti, foi uma audiência com o prefeito de Umbuzeiro, Thiago Pessoa, e o secretário de estado da Cultura, Lau Siqueira. O assunto da reunião, ocorrida no Palácio da Redenção, na manhã desta quarta-feira (22), foi a modernização da biblioteca da cidade, além da criação de um museu para preservar a memória dos ex-presidentes João Pessoa e Epitácio Pessoa e do jornalista Assis Cha-teaubriand.” Sousa vive um momento que clama providências iguais. Faço a solicitação.

A criação e instalação do “Memorial Sousense”, que congregaria e articularia instituições culturais existentes e demais órgãos de colaboração juntamente com os governos estadual e municipal, é uma reivindicação presente nas reuniões da comunidade local. O Estado dispõe em Sousa de prédio de valor histórico incontestável na educação e na vida cultural do município, o Grupo Escolar Batista, que vem de Camilo de Holanda, e outros ainda existem com o mesmo traço arquitetônico em Princesa e cidades do Brejo.

Igualmente a Umbuzeiro, Sousa guarda nomes notáveis na política e na literatura da Paraíba e do país. Em Sousa José Américo de Almeida em 1915, quando era Promotor Público, realizou saraus literários, representações teatrais, que me revelou em agradáveis conversas na sua casa do Cabo Branco. E o que considero mais importante, viveu a sociedade sertaneja do tempo, na sua estrutura social, vivendo o dramático problema da aridez da catinga, da seca com os seus retirantes retratados no romance “A Bagaceira”.

Em boa hora o governador e o seu secretário de Cultura poderiam criar Comissão para estudar e definir a efetivação dos estudos e projeto para a sonhada realização. Enriqueceria o nosso patrimônio cultural que conta com a sede colonial da Fazenda Acauã, o Centro Cultural do Banco do Nordeste, arquivos históricos e literários valiosos, fundações e instituições outras cuja centralização e coordenação de atividades engrandeceriam a cidade e o seu povo.

Deixo este apelo e sugestão ao nobre governador e competente secretário apoiado na sua tese que defende:

“Descentralização de investimentos – Lau Siqueira aproveitou para lembrar que a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) está descentralizando os investimentos para além dos grandes centros urbanos. “Esse ano queremos lançar o Plano Estadual de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, que na verdade é um grande projeto de acesso à leitura e que vai impactar, diretamente, na educação”, disse. “É um plano que a gente quer discutir nos municípios. Essa é nossa proposta de interiorizar cada vez mais os investimentos na cultura, capacitando o interior do Estado para disputar os editais que forem abertos para a área”, completou.