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Egito é tema de duas exposições abertas para visitação na Estação

Fotografia


23/07/2013



 Duas exposições com a temática “Egito” estão abertas para visitação pública na Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano, em João Pessoa. Trata-se da exposição fotográfica “Egito: Arqueologia do Sagrado”, da fotógrafa Kenia de Aguiar Ribeiro, no segundo pavimento da Torre Mirante. A exposição fica em cartaz até o dia 7 de agosto e é promovida pelo Espaço Cultural Nova Acrópole João Pessoa.

A segunda exposição é “O Egito sob olhar de Napoleão” faz parte da Coleção Itaú Cultural, com curadoria local da artista plástica Lúcia França e curadoria geral do arqueólogo Vagner Carvalheiro. As exposições estão inseridas na programação de aniversário dos cinco anos da Estação Cabo Branco. O horário de visitação é de terça a sexta-feira, das 9h até 21h, e sábados, domingos e feriados, das 10h até 21h, com entrada gratuita.

“Egito: Arqueologia do Sagrado” consiste em um projeto de documentação fotográfica de autoria da fotografa, Kenia de Aguiar Ribeiro, graduada em jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e estudante de Filosofia na Nova Acrópole. O trabalho busca captar algo da chama espiritual de antigas civilizações. Através de templos, monumentos e resquícios arqueológicos, descobre-se uma linguagem simbólica, repleta de transcendências que muitas vezes ultrapassam nossa percepção consciente. Por isso, certas imagens receberam tratamento especial: algumas conferem caráter de atemporalidade, outras se destacam por fortes contrastes ou cores etéreas.

Egito é a primeira etapa deste trabalho, que representa um portal que aponta para a pluralidade de signos do acervo humano. E nos permite, quiçá, olhar o passado com referência ao porvir.
Kenia de Aguiar Ribeiro ­ tem trabalhado com fotografia e editoração para a Confederação Nacional de Municípios (CNM), Projeto Felicidade Interna Bruta (FIB), Instituto Igarapé, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Civilian Capacity Network, entre outros. Realizou exposições fotográficas no Brasil e na África do Sul.

A exposição “O Egito sob olhar de Napoleão” é composta por 35 peças. Destas 21 fazem parte de Description de l’Egypte, coleção publicada em Paris entre 1809 e 1822, que descreve a expedição científica e militar liderada pelo general Napoleão Bonaparte àquele país do Oriente. A obra é reconhecida como o mais importante estudo erudito europeu do Egito antigo e moderno. Os livros acompanham 14 reproduções fotográficas das matrizes em cobre pertencentes ao Museu do Louvre, em Paris.

Organizada em cinco seções: Cartografia, Religião, Arquitetura, Egito Moderno e História Natural, a exposição apresenta 13 dos 21 volumes da Description de l’Egypte, com gravuras e alguns com mais de um metro de altura, abertos em página fixa, dentro de uma vitrine. Conta, ainda, com um dos dois livros publicados pelo artista e barão Dominique Vivant Denon (1747-1825). A exposição traz também um cronograma dos principais eventos da campanha napoleônica no Egito, além de 13 telas com imagens dos livros que podem ser manuseadas pelos visitantes.

O material em exposição foi produzido durante a viagem que Bonaparte fez em 1798 para o Egito, com uma força militar de mais de 55 mil homens e uma comitiva de 167 estudiosos entre artistas, gravadores, escultores, impressores, arquitetos, astrônomos, geógrafos, químicos, engenheiros de várias especializações, matemáticos, economistas, médicos, botânicos, zoólogos, orientalistas, escritores e intérpretes. Muitos dos estudiosos que viajaram para o Egito eram integrantes do Instituto da França, dentre eles o zoólogo Étienne Geoffroy Saint-Hilaire (1772-1844) e o inventor Nicolas-Jacques Conté (1775-1805), encabeçados por Denon.

O barão seguiu pelo alto Egito e fez uma série de esboços das ruínas. O general reconheceu a importância do registro e pediu aos cientistas que medissem e desenhassem os monumentos. Dessa forma, Bonaparte formou a bases de Description de l’Egypte, que acabaria dirigindo a atenção do mundo para o Egito Antigo, desembocando nos modernos estudos da história. Em 1802, Denon publicou o livro Voyage Dans la Basse et la Haute Egypte que depois foi traduzido para o inglês.

Ao mesmo tempo, o francês Edme François Jonard organizava Description de l’Egypte, publicada em 1809. Enquanto isso, Jean François Champollion, mais tarde conhecido como o “pai da Egiptologia”, descobriu a chave para decifrar os textos em hieróglifo da Pedra da Rosetta desenterrada pelo exército em 1799. Esta descoberta permitiu aos sábios ler a antiga linguagem, o que levou a uma nova compreensão da história do Egito.

A mostra já foi exibida no espaço expositivo do instituto, no Museu Nacional em Brasília e mais recentemente no Espaço Cultural Unifor, em Fortaleza. “Apresentar um recorte tão importante deste acervo reafirma o compromisso da instituição com o público de democratizar o acesso à arte e a cultura”, observou o diretor do instituto, Eduardo Saron.



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