Internacional

Egito abre a fronteira nesta sexta para ajuda humanitária a Gaza

No entanto, os suprimentos serão insuficientes para os mais de dois milhões de habitantes que vivem na região e que estão sitiados por Israel


20/10/2023

(Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa)

Brasil 247

 

 

Na cidade de Rafah, localizada na fronteira ao sul da Faixa de Gaza, a expectativa está voltada para a chegada dos primeiros caminhões de ajuda humanitária. Nesta sexta-feira (20), o Egito promete abrir a fronteira para fornecer aos palestinos recursos essenciais, como alimentos, combustíveis e medicamentos, informa o Metrópoles. A região enfrenta uma crise humanitária devido ao bloqueio imposto por Israel, considerado pela ONU um crime de guerra.

A autorização para a entrada de suprimentos na Palestina foi anunciada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na quarta-feira (18). Esse primeiro passo para aliviar o bloqueio, que havia sido implementado em 9 de outubro, foi uma resposta ao pedido do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. No entanto, o governo dos Estados Unidos vetou no Conselho de Segurança da ONU uma resolução proposta pelo Brasil que previa uma ‘pausa humanitária’ no conflito para permitir o envio de ajuda aos palestinos e a saída de estrangeiros da região.

Uma vez que a abertura da fronteira não dependia exclusivamente de Israel, as negociações também envolveram o governo egípcio. Na mesma quarta-feira, Biden informou que havia conversado com o governo egípcio, que concordou em permitir que 20 caminhões cruzassem a fronteira.

Embora a ajuda seja limitada, ela temporariamente ameniza a crise. No entanto, Israel e o Egito condicionaram a entrada de ajuda na Faixa de Gaza à restrição do acesso do grupo Hamas a esses suprimentos. Caso contrário, pode ocorrer uma reversão, com a retomada do bloqueio na região. É importante ressaltar que a permissão para a entrada dos caminhões não implica na criação de um corredor humanitário, que seria uma zona segura para a retirada de civis e a chegada de ajuda.

Embora a abertura da fronteira para a chegada dos primeiros veículos ajude a aliviar a situação, ela não é suficiente para abastecer a população de mais de 2 milhões de habitantes. Ao mesmo tempo, mais de 100 caminhões aguardam permissão para cruzar a fronteira, de acordo com o jornal Times of Israel.

O bloqueio foi uma medida adotada por Israel há um pouco mais de 10 dias em retaliação ao ataque-surpresa do Hamas em 7 de outubro. Apesar do recuo, o governo israelense continua com sua ofensiva contra o Hamas e os palestinos e sinaliza a possibilidade de uma incursão terrestre na Faixa de Gaza a qualquer momento.

Nesta quinta-feira (19), o ministro da Economia de Israel, Nir Barkat, afirmou que o exército israelense recebeu “sinal verde” para invadir a Faixa de Gaza quando estiver preparado, com a prioridade de destruir o Hamas. Pouco antes, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, havia declarado que um ataque a Gaza ocorrerá em breve, prometendo que “quem vê Gaza de longe agora verá de dentro”.



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