Incentivando e valorizando a cultura nordestina e prestando homenagem aos personagens que fizeram parte da história do Maior São João do Mundo, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através do Departamento de Comunicação Social, realizou durante toda esta quinta-feira (20), em Campina Grande, o 10º Seminário Os Festejos Juninos no Contexto da Folkcomunicação e da Cultura Popular.

Além de comemorar seu décimo aniversário, o que ressalta a importância que assumiu tanto no cenário regional quanto nacional, o evento fez uma homenagem especial aos 30 anos do Maior São João do Mundo, uma das festas mais importantes do calendário cultural e turístico brasileiro, particularmente ao poeta Ronaldo Cunha Lima, idealizador da festa.

O seminário, realizado no teatro Paulo Pontes anexo do Teatro Municipal Severino Cabral, foi aberto em uma solenidade prestigiada por estudantes de Comunicação, pesquisadores, professores e amantes da cultura popular, como o radialista Eraldo César, o cartunista Fred Ozonar e a pesquisadora Clea Cordeiro. A professora Elizabeth Christina Andrade representou a UFCG, enquanto que a professora Zumira Silva Nóbrega, representou a UFPB.

O idealizar e coordenador do evento, professor Luiz Custódio da Silva, agradeceu aos parceiros e colaboradores, destacando a importância do seminário que já atraiu, inclusive, outros eventos do gênero para a Rainha da Borborema. Ele fez uma menção especial ao professor José Marques de Melo, que teve grande influência na criação do Folkcomunicação. Luiz Custódio fez questão de ressaltar que esta 10º edição é comemorativa e tem como finalidade reconhecer e homenagear todas as pessoas que contribuíram para que o São João de Campina Grande se transformasse em uma das maiores manifestações populares do país.

A solenidade de abertura também contou com a presença do pesquisador João Dantas que representou o prefeito Romero Rodrigues. Em sua participação, ele parabenizou a UEPB pelos 10 anos de realização do evento e disse que o seminário tem dado grande contribuição para o São João de Campina Grande. No início do evento, foi exibida uma entrevista inédita do poeta e ex-senador Ronaldo Cunha Lima. Na entrevista concedida à professora da UFPB Zulmira Silva Nóbrega e a estudantes da Comunicação da UEPB, Ronaldo detalhou todos os fatos que deram origem ao Maior São João do Mundo, citou alguns fatos desconhecidos do público forrozeiro, como a resistência que enfrentou para desapropriar a área onde existiam os coqueiros Zé Rodrigues para a construção do Parque do Povo, e outros episódios.

De forma descontraída, revelou que a ideia de criar o Parque do Povo foi sua, inspirada na animação do povo campinense, e que a sugestão de realizar um evento com 30 dias de duração foi do radialista Eraldo César. Durante a entrevista, ele disse ainda que sonhou com uma festa que projetasse Campina Grande nacionalmente e movimentasse a economia local.

A primeira mesa redonda do seminário foi “História e Memória do Maior São João do Mundo”, que contou com o secretário de Assistência Social de Campina Grande, João Dantas; a ex-presidente da Empresa Paraibana de Turismo (PBTur) e atual diretora do Memorial do Maior São João do Mundo, Cléa Cordeiro; o radialista Eraldo Vieira César; o jornalista e cartunista Fred Ozanan e a professora da UEPB, Gisele Maria Sampaio de Araújo.

Representando nomes que em diversas áreas protagonizaram os 30 anos do São João de Campina Grande, os debatedores fizeram uma retrospectiva das iniciativas, projetos e experiências que marcaram e projetaram a festa no Brasil e no exterior.

A tarde foi realizada a mesa redonda “Os Festejos Juninos na Pesquisa em Folkcomunicação e Cultura Popular”. Os professores Luiz Custódio da Silva (UEPB), Elizabeth Christina Andrade Lima (UFCG), Zulmira Silva Nóbrega. Luciana de Oliveira Chianca (UFPB) e Cristiane Maria Nepomuceno debaterem a importância do Maior São João do Mundo para o avanço dos estudos na área de comunicação, economia da cultura e ciências humanas e sociais.

A programação prosseguiu com a mesa redonda “Tendências e Desafios das Festas Juninas em Campina Grande e na Paraíba”. Além dos professores André Luiz Piva de Carvalho (UFPB) e Goretti Maria Sampaio de Freitas (UEPB), compuseram a mesa a secretária de Cultura, Marlene Alves Sousa Luna, e a coordenadora de Turismo do Município, Catherine Bento Brasil. Em debate as políticas, estratégias e parcerias entre o governo do Estado, prefeituras e iniciativa privada para aperfeiçoar, nas próximas décadas, a sustentabilidade política, econômica, social e cultural dos festejos juninos.

Organizado pelo Grupo de Pesquisa e Programa de Extensão Comunicação, Cultura e Desenvolvimento, desde 2004 que o Seminário Os Festejos Juninos no Contexto da Folkcomunicação e da Cultura Popular passou a representar um dos eventos mais importantes da programação do São João de Campina Grande.

Promovido pelo Departamento de Comunicação Social da UEPB, com apoio da Prefeitura Municipal de Campina Grande, Rede de Estudos e Pesquisas em Folkcomunicação (Rede Folkcom), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Universidade Federal da Paraíba, o simpósio reúne centenas de participantes entre estudantes, professores, pesquisadores, profissionais e segmentos da comunidade, além de ser aberto ao público em geral interessado em debater as transformações que afetaram os festejos juninos nas últimas três décadas e suas perspectivas em médio e longo prazo.

Seminário contribui para entendimento das manifestações populares

Idealizador do Seminário “Os Festejos Juninos no Contexto da Folkcomunicação e da Cultura Popular”, o professor do Departamento de Comunicação da UEPB Luiz Custódio disse que o seminário tem cumprido o seu papel. Ele fez uma avaliação positiva do seminário e disse que a edição deste ano teve o propósito de aprofundar a sua consolidação como evento que já faz parte do calendário oficial da festa.

Segundo o professor, nesses 10 anos de realização, o seminário tem proporcionado uma ampla reflexão a respeito das transformações ocorridas nos festejos juninos de Campina Grande e como essas mudanças estão interferindo na vida das pessoas e na qualidade das manifestações populares. “Nesses 10 anos nós temos reunido pesquisadores e os estudiosos da Folkcomunicação, com um olhar voltado para o São João, avaliando como as festas juninas estão influenciado na vida do povo” afirmou.