Notícias

Ecossistema de inovação impulsiona startups paraibanas rumo ao mercado nacional e internacional

A força do ecossistema de inovação e a atuação de empresas como a Neoron apontam a Paraíba como destaque em tecnologia e empreendedorismo.


28/07/2025

(Foto: Reprodução)

Anna Barros



A Paraíba vem se consolidando como um grande polo de mão de obra qualificada e aos poucos o próprio estado está criando suas oportunidades no mercado de inovação. O crescente número de startups paraibanas se consolidando a nível nacional é um exemplo desse novo cenário.

Siga o canal do WSCOM no Whatsapp.

Para compreender melhor o tema, o Portal WSCOM conversou com dois nomes que estão inseridos nesse ecossistema: Miguel Maurício Isoni Filho, CEO da Neoron e FabWork e Jaildo Tavares Pequeno, professor do Instituto Federal da Paraíba e membro de HUB Farol Digital.

Jaildo Tavares (Foto: Reprodução)

De acordo com Isoni, as políticas públicas voltadas ao fomento tecnológico ajudaram a amadurecer o ecossistema de inovação no estado. Ele também destacou o papel do Sebrae, Fundação de Apoio e Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) e do Parque Tecnológico Horizontes da Inovação.

“O Sebrae lidera a articulação de uma estratégia territorial com sete núcleos regionais ativos (João Pessoa, Campina Grande, Guarabira, Sousa, Cajazeiras, Monteiro e Patos), fortalecendo um ecossistema descentralizado. Ações como o Pitch Gov, o Conexões HUBs, programas de aceleração, formação de lideranças empreendedoras e integração com redes de inovação nacionais e internacionais estão entre as iniciativas em curso”, disse Jaildo.

Consolidação de parcerias

Seja em nível regional ou internacional, a construção de uma rede de parcerias é essencial para o desenvolvimento e expansão de uma startup. A Neoron, por exemplo, recebeu apoio do Governo da Paraíba, através do editar Conectando Startups e, neste semestre, está sendo contemplada pelo edital da Tecnova, a FINEP, em parceria com a Fapesq.

A empresa tambéme foi a primeira startup paraibana a ser selecionada a integrar o programa Google for Startups, que consiste em uma imersão de três meses no campus do Google em São Paulo.

“Lá, recebemos mentorias diretas de especialistas da empresa em áreas como tecnologia, produto, cultura organizacional e escalabilidade. Desde então, seguimos conectados à rede do Google, que continua nos apoiando. Essa experiência acelerou nossa governança, fortaleceu nossa proposta de valor e nos conectou a clientes e parceiros fora do Nordeste, com visão internacional”, disse o CEO.

Miguel Isoni (Foto: Reprodução)

O Farol Digital, como um hub de investimentos, também assume um papel importante para buscar parcerias, além de investidores de nível nacional e internacional.

“Operando como hub de conexão, ele articula a atuação de diversos atores do ecossistema – empresas, universidades, setor público e investidores – promovendo ações como capacitações, mentorias, programas de pré-aceleração, acesso a tecnologias e conexões com o mercado. Além disso, cria pontes com políticas públicas e fomenta uma cultura de inovação colaborativa. Isso fortalece o surgimento de soluções mais escaláveis e sustentáveis, especialmente nos setores estratégicos que lideram o ecossistema local”, explicou Jaildo.

Setores promissores

Para aqueles que planejam fazer parte desse ecossistema, há diversos setores com potencial crescimento para apostar. Segundo Jaildo, são eles:

  • Educação;
  • Saúde;
  • Bem Estar;
  • Tecnologia da Informação e comunicação;
  • Alimentos e Bebidas;
  • Comunicação e Mídia;
  • Construção Civil;
  • Mercado Imobiliário;
  • Economia Criativa;
  • Energias Renováveis;
  • Agronegócio.

“Esses segmentos não apenas concentram a maioria das startups do estado, como também representam áreas estratégicas de impacto direto no desenvolvimento social e econômico. O avanço da transformação digital, aliado às demandas específicas da região, torna esses setores terrenos férteis para a inovação”, disse o professor.

Potencial de expansão

Para que as empresas regionais alcancem destaque nacional e internacional, alguns desafios necessitam ser superados. Entre eles, de acordo com Jaildo, está a consolidação da maturidade do ecossistema.

“A maioria das startups paraibanas se encontra em estágios iniciais de ideação e validação, o que limita sua escalabilidade e atratividade para investidores. Soma-se a isso a dificuldade de acesso a capital de risco, infraestrutura tecnológica especializada, redes de conexão com grandes mercados e estratégias de internacionalização. Vencer essas barreiras exige continuidade em formação empreendedora, ampliação de políticas de fomento, estímulo à cultura de inovação, regulação favorável e mecanismos de visibilidade em nível nacional e internacional”, disse.

A Neoron, por outro lado, já está trilhando o caminho para ampliar seu destaque. De acordo com Miguel, esse processo está sendo estruturado com parcerias em nível global e estruturação da marca.

“Nossa tecnologia está pronta para escalar globalmente. Estamos nos preparando para lançar uma camada de inteligência artificial proprietária, embarcada diretamente na infraestrutura da Neoron, que opera em sinergia com os principais provedores globais como Gemini (Google) e OpenAI. Isso nos permite garantir maior controle, privacidade e performance aos nossos clientes. Também somos parceiros oficiais da Meta como Tech Partner, o que nos autoriza a operar com a API oficial do WhatsApp Business de maneira segura e robusta”, contou o CEO.

“Concorrer com grandes players exige mais que tecnologia. Acreditamos em especialização, profundidade e personalização. Nossas soluções se conectam diretamente com os sistemas críticos dos clientes, ampliando eficiência operacional e qualidade no atendimento. Nossa base técnica, somada à agilidade de uma startup com governança madura, tem sido o diferencial competitivo”, concluiu.

Passos para o futuro

O crescimento de cases paraibanos é essencial para impulsionar outras marcas a alcançarem um lugar de destaque e fazer com que o estado seja reconhecido pelo seu potencial tecnológico. Esse caminho é trilhado com políticas públicas, parcerias com o setor privado e o movimento de pôr em prática todo o conhecimento que é produzido na Paraíba.

“Nos próximos cinco anos, esperamos uma geração de novos negócios mais maduros, com potencial de exportação de soluções, atração de investimentos e geração de empregos qualificados. O que estamos construindo hoje é a base de um futuro em que a Paraíba será reconhecida não apenas pela sua mão de obra, mas pela sua capacidade de inovar e liderar transformações em toda a região”, concluiu o professor Jaildo.



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.