Economia & Negócios

Economia criativa: o comércio de Brechó e outras opções na pandemia

Loja ou estabelecimento para venda de artigos usados, principalmente peças de vestuário ou antiguidades, os brechós caem no gosto popular como solução de compra e venda de roupas e acessórios no período da pandemia.


25/04/2021

O negócio 'Mari Brechó e crocheteria' foi criado durante a pandemia. (Foto: Divulgação)

Por Gil Sabino

Com a chegada da Covid-19, a pandemia que mudou o perfil do mercado e consumo, muitos postos de trabalho foram fechados em todo o Brasil e no mundo. A saída foram ações criativas, a maioria de produção caseira, regional, ou simplesmente para atendimento no raio geográfico máximo da comunidade. Assim, encontramos doutores recentemente formados cuidando da venda de brownes (docinhos especiais de chocolate recheados com vários sabores), profissionais do secretariado que resolveram vender flores de porta em porta, prestação de serviços e conserto de roupas, aulas de reforço, produção de picolé e sorvete caseiro, entrega de almoço vegano, coxinhas, doces e salgados, e por aí vai.

Em João Pessoa, um destaque vai para a abertura de Brechós, pequenas lojinhas instaladas na garagem ou na porta de casa, onde se encontram roupas usadas de bom gosto e estilo, por um preço baratíssimo que vai de R$5,00 ao máximo de R$30,00, podendo ser parcelado conforme a quantidade de peças e o valor total da compra.

Advogados, Psicólogos, Secretárias Executivas, Publicitárias, e outros profissionais de várias áreas resolveram se virar. Uns colocaram mesa de frutas, bolos, salgados, outros abriram a venda de cachorro quente, refrigerante e cervejas, outros foram fazer o serviço motoboy de entrega de remédios e alimentos fast food, e muito outras opções, de forma que o comércio informal veio como opção uberizada para completar as contas da casa no fim do mês.

Marilene Galdino, bibliotecária e historiadora, é uma dessas profissionais que não esperou muito para saber o que fazer. Ao buscar vaga de emprego no mercado e percebendo a dificuldade, decidiu por abrir um desses brechós na garagem de casa, no bairro do Rangel/Cristo, na rua onde mora e onde se concentra bom mercado desse tipo de negócio comercial. Lá existem várias outras lojinhas do tipo, informa. Mas resolveu por abrir o seu brechó com marketing e diferenciais atrativos.

 

Marilene Galdino resolveu empreender e deu vida ao ‘Mari Brechó e crocheteria’. (Foto: Divulgação)

O pontapé para empreender

De início ela conta que recebeu a colaboração da doação de roupas de amigas (chics), acessórios, sapatos, cintos, bolsas, tudo que era possível aproveitar e estivesse em bom estado e ótima apresentação. Comprou araras, manequins de gesso e móbiles para exposição das roupas, colocou cadeiras e mesinha com chá e cafezinho para os clientes, e música, e preparou um design com logotipo, placa e algumas peças publicitárias para divulgação, pensou umas promoções especiais, e começou a trabalhar muito através das redes sociais enviando fotos e vídeos dos produtos e ofertas, dialogando com o mundo virtual ao redor. O resultado começa a aparecer. “O negócio é perseverar, e esperar o tempo de maturação para a formação de uma clientela, para que conheçam seu ponto comercial e atraiam cada vez mais consumidores locais” diz.

“No brechó faço meus horários, tenho também tempo para ler, estudar, e produzir peças em croché. Fazemos um atendimento tranquilo, com atenção especial para os clientes. As roupas e acessórios são atuais, em bom estado de conservação e facilitamos as negociações. Por enquanto é isso e, importante, mantendo todos os protocolos de segurança sanitária recomendados pela OMS”.

 

‘Mari Brechó e crocheteria’. (Foto: Divulgação)


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