Futebol

Dunga aposta em jogo bonito contra Argentina, mas critica regulamento

Pequim


10/10/2014

{arquivo}"Se eu quisesse agradar vocês, diria que vou pra cima". Dessa forma, Dunga deu sua opinião sobre como será o clássico deste sábado, entre Brasil e Argentina. Mesmo com craques como Neymar, Messi e Di María em campo, o técnico da Seleção tratou de botar no chão os pés de quem sonha com um jogo aberto, com marcação frouxa, cheio de chances de gol. Mesmo assim, Dunga acredita num jogo bonito, disputado e adequado à realidade do futebol atual.

– Se eu quisesse agradar vocês, diria que vou pra cima. Aí, na hora de jogar, todo mundo vai se defender e atacar quando tiver a bola, em velocidade, como é o futebol moderno. Ninguém joga tão aberto assim. Mas vai ser um jogo muito disputado, bonito, diferente do que vocês estão habituados porque será muito competitivo.
Dunga, Coletiva Seleção Brasileira (Foto: Heuler Andrey / Mowa Press)
Dunga na entrevista coletiva desta sexta, na China: reclamação sobre substituições (Foto: Heuler Andrey / Mowa Press)

O que mais desagrada Dunga é o regulamento. Não se trata de um simples amistoso. O Superclássico das Américas vale troféu, será decidido nos pênaltis caso termine empatado. Por isso, é tratado como jogo de competição. Somente três substituições serão permitidas.

Além de ter no banco nove reservas que não poderão entrar, o técnico lamenta por conta das condições desfavoráveis de Pequim, capital chinesa. Segundo ele, os jogadores ainda não se adaptaram totalmente ao fuso horário, e mantêm o hábito de acordar de madrugada. A chegada em doses homeopáticas dos atletas e a poluição também levam Dunga a criticar a regra.

– Atrapalha a qualidade do espetáculo. A adaptação é muito difícil, o ideal seria ter mais trocas, o jogo teria outra dinâmica. Isso vai atrapalhar..

Dunga confirmou o time com Jefferson, Danilo, Miranda, David Luiz e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Elias, Willian e Oscar; Neymar e Diego Tardelli.

Confira a íntegra da entrevista:

CHEGADA AOS POUCOS DOS JOGADORES

– Atrapalha por não haver trabalho contínuo. Houve muitos jogadores machucados nessa convocação, então, chegarem aos poucos atrapalha pela distância, pelo fuso horário, não pegamos o jogador 100%.

FUTURO DEPENDE DO RESULTADO?

– São duas seleções de prestígio. O Brasil também é campeão do mundo. Falam que o resultado não é importante, mas eu acho importante, juntamente com trabalho, qualidade técnica, forma de jogar. É a segunda convocação, será a terceira partida com algumas mudanças, é o momento de experimentarmos jogadores e formas de jogar.

NEYMAR E MESSI

– Vemos a cada jogo, a cada ano, a qualidade de cada um deles. São jogadores fantásticos. É um jogo sempre muito disputado, nunca se sabe o que vai acontecer, não há uma chave para o jogo. Vai depender do momento, eu acredito na qualidade técnica dos jogadores. A equipe que conseguir colocar isso em prática vai levar vantagem.

TATA MARTINO

– É um excelente treinador, eu o acompanhava muito na Argentina e também no Barcelona. A Argentina fez bem em escolhê-lo para o cargo.

GRAMADO

– É razoável, tem algumas partes em que a bola quica mais, e em outras é mais parecido com aquele segundo jogo que fizemos nos Estados Unidos (contra o Equador), em que a bola batia e ficava.

JOGO COLETIVO

– O futebol não tem segredo. Se houver uma parte coletiva forte, as individualidades vão se sobressair. Na Copa do Mundo, em grandes seleções que tiveram só individualidade, as coisas não andaram muito bem. Os jogadores da seleção brasileira estão acostumados a jogar em equipes europeias de coletivo muito bem trabalhado.

KAKÁ E ROBINHO

– O Kaká é um jogador de seleção que conquistou tudo isso. Um jogador que todos conhecemos. Será testado como os demais, depende de como o jogo vai acontecer. Teremos que pensar rápido para fazer as alterações. Ele e o Robinho têm representatividade grande no futebol brasileiro e vieram pelo bom momento que atravessam. É bom ter jogadores com grande experiência em Copas, e eles se aplicam como se estivessem na Seleção pela primeira vez.

POLUIÇÃO

– Ela está aí, como ocorre quando jogamos na altitude. Temos que enfrentar, não há o que fazer, ninguém tem condição de mudar esse aspecto.

FOCO EM NEYMAR E MESSI

– Se marcar um jogador resolvesse os problemas, seria muito fácil. Mas o coletivo é importante para que eles realizem o trabalho e tenham qualidade técnica. Quanto ao jogo ser promovido em cima dos dois, é normal de pessoas de fora. Eles criam monstros, e nós temos que domar.

COMO SERÁ O JOGO?

– Cada jogo tem uma peculiaridade. Nós programamos o time para determinadas jogadas, às vezes dá certo, outras não. O adversário nos estuda da mesma forma. Depende do que realizarem em campo. São seleções de muita qualidade técnica, é importante não errar o posicionamento, nem muitos passes. E, quando tivermos oportunidade, temos que definir.

Brasil e Argentina entrarão em campo no próximo sábado, a partir das 9h05 (horário de Brasília). O jogo, centésimo da história, cem anos depois, vale o troféu do Superclássico das Américas. A Seleção conquistou as últimas duas edições, em 2011 e 2012. O confronto será transmitido ao vivo pela TV Globo e GloboEsporte.com com narração de Galvão Bueno e comentários de Juninho Pernambucano, Casagrande e Arnaldo Cezar Coelho. O site também acompanha o duelo em Tempo Real. Confira ao lado um vídeo com imagens marcantes de duelos entre Brasil e Argentina.



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