Geral

Domingueiras


12/10/2003



Primeiro me aborreci ao ver um outdoor pela cidade onde se propagava: “Vá ao motel e ganhe uma mulher!” Meu Deus será que em pleno século XXI ainda nos oferecem como souvenir da China por 1,99?

Em seguida fiquei surpresa em saber que o Bárbaro , Exterminador do Futuro 1, 2, e 3, elegeu-se governador da Califórnia – minha “California Dreaming”, entregue a um especialista em músculos e assédios baratos. Tive esperança de que com as denúncias de violência sexual, as mulheres lhe dariam o troco, mas as cheers leaders se encarregaram também de limpar a barra de Conan. Foi “Bárbaro”! O que é que esse homem de tantas letras w e y, Schwarzenegger, entende de política e governo? Pelo menos do que se sabe pela imprensa.

E até que enfim aconteceu o final de Mulheres Apaixonadas. Que frustrante a morte do personagem de Fred. Quando o vi fantasiado de Charles Chaplin, na festa à fantasia, algo de melancólico se antecipava no ar. Mas não havia necessidade de Manoel Carlos matá-lo. Acho que o preconceito venceu a transgressão, pois não quiseram enfrentar a paixão de um adolescente por sua professora mais velha. Achei injusto também o personagem de Marcinha que sofreu por amor a novela inteira, não ter direito a uns beijos roubados musicados pelos poemas de Fernando Pessoa.

Desnecessário! E o machão violento morrer impunemente? Triste constatar que a punição os crimes de violência contra a mulher é só na base das cestas básicas. Um incentivo para os homens inseguros que resolvem no tabefe o que não podem resolver na cama talvez…Acho que como boa noveleira posso dar os meus pitacos, até por que sei que em capítulo de novela se mexe dependendo do ibope, acho que o meu anda em baixa, pois Fred deveria ter vivido intensamente a paixão com Raquel, de preferência debaixo da piscina e dos lençóis!

Mas aí a semana termina mais feliz, com o Prêmio Nobel da Paz recebido pela advogada Iraniana Shirin Ebadi, uma ativista dos direitos humanos e da democracia, mas que teve sua indicação principalmente por sua luta pela promoção dos direitos da mulher e das crianças no Irã e em todo o mundo. Entre Cento e tantos nomes importantes, inclusive concorrendo com o Papa João Paulo II e o presidente Lula, Ebadi arrebatou o Prêmio, sendo a primeira muçulmana e a 11a mulher a ser agraciada com esse prêmio. Viva! Viva! Ebadi! Como ela também sou contra a guerra – todas – as dos rifles e as silenciosas. E viva também Fernando Gabeira! Sou sua fã, da tanga cor de rosa, do “Crepúsculo do Macho” e do “O Que é Isso, Companheiro?” . Que não o façam esperar, novamente…

Domingo é dia de descanso e de pensar em nada. Mas amanhã tem Celebridade: Gonzaga Rodrigues e “…um encontro perdido”. Tem também o Manaíra Collections, pois um pouco de glamour é preciso: moda, dj’s, beldades, e o fascínio das passarelas. Aí tem espetáculo! Moda? Assunto para a próxima crônica.



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