Economia & Negócios

Dólar tem segunda alta seguida e volta a fechar acima de R$ 2,31

Balança


13/08/2013



 O dólar comercial fechou em alta nesta terça-feira (13), pela segunda sessão consecutiva, voltando a ser cotado acima do patamar de R$ 2,30, acompanhando o movimento de valorização no exterior com os investidores temendo redução de liquidez por parte do Federal Reserve, banco central norte-americano.

A divisa não fechava acima de R$ 2,31 desde o dia 7 de agosto, quando ficou em R$ 2,3139. Na segunda-feira (12), a avançou 0,53%, a R$ 2,286 na venda.

Apesar do salto, o Banco Central não atuou o dia todo, o que deixou os investidores ainda mais atentos à possíveis intervenções no mercado de câmbio à frente, a fim de evitar mais pressões inflacionárias.

No mês, a moeda acumula alta de 1,24%. Já no ano, a valorização jé chega a 16,01%.

A moeda acompanhava nesta terça-feira o movimento de valorização no exterior em relação a diversas moedas após a divulgação do resultado das vendas no varejo nos Estados Unidos em julho, uma medida dos gastos do consumidor.

As vendas no varejo excluindo carros, gasolina e materiais de construção subiram 0,5% no mês passado, informou o Departamento do Comércio nesta terça-feira (13).

Foi a maior alta em sete meses, um sinal de crescimento econômico mais rápido que pode fortalecer o cenário para que o banco central do país (Federal Reserve, o Fed) reduza o programa de estímulo à economia dos EUA.

O Fed compra mensalmente US$ 85 bilhões em ativos e tem dito que pode reduzir esse ritmo quando a recuperação da maior economia do mundo estiver sólida. Nesse cronograma, o programa de estímulo monetário – chamado de "quantitative easing" – poderia ser encerrado em meados de 2014.

A alta do dólar aumenta a pressão do câmbio sobre a inflação e, assim, de que o Banco Central brasileiro possa atuar para evitar mais valorização, destaca a Reuters.

Na quinta-feira a autoridade monetária pegou o mercado de surpresa ao anunciar um leilão de swap cambial tradicional- equivalente a venda de dólares no mercado futuro – quando a divisa norte-americana já caía 1% ante o real. E, apóso fechamento daquele pregão, fez pesquisa de demanda para novo leilão, que acabou sendo realizado na manhã de sexta-feira.

Para parte dos especialistas, a ação do BC mostrou que a autoridade monetária não quer o dólar na casa de R$ 2,30 justamente para não pressionar ainda mais a inflação.

Na segunda-feira, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, reconheceu haver repasse cambial para os preços e reforçou que a "condução adequada da política monetária" ajuda a mitigar esse movimento. De maio para cá, o dólar acumula valorização de cerca de 15% ante o real.

Hamilton negou, no entanto, que a autoridade monetária tenha mudado sua atuação no mercado cambial e acrescentou que a ação do BC continua "a mesma desde sempre", reforçando que não há compromisso com taxas de câmbio. "O BC se reserva o direito de intervir quando julga que as condições de mercado assim o permitam. O BC opera como sempre operou", disse Hamilton.

 



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