Economia & Negócios

Dólar sobe em relação ao real apesar de intervenção do BC

dólar


05/07/2013

O dólar sobe em relação ao real nesta sexta-feira (5) diante de uma melhora no mercado de trabalho dos EUA, que voltou a alimentar perspectivas de que o corte nos estímulos econômicos no país deve ocorrer ainda neste ano, reduzindo o volume da moeda americana em emergentes e pressionando sua cotação para cima.

Nem mesmo uma nova intervenção do Banco Central no câmbio logo no início dos negócios foi suficiente para conter a alta do dólar em relação ao real.

Às 11h20 (horário de Brasília), o dólar à vista –referência para as negociações no mercado financeiro– tinha valorização de 0,42%, cotado a R$ 2,265 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial –utilizado no comércio exterior– subia 0,48%, para R$ 2,268.

O avanço do dólar também é apoiado pela fuga de investidores do mercado de ações. Às 11h21, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caía 1,73%, para 44.970 pontos.

O BC promoveu um leilão de swap cambial tradicional, que equivale a venda de dólares no mercado futuro. Foram vendidos 38,9 mil dos 40 mil contratos colocados à venda pela autoridade, movimentando US$ 1,933 bilhão. Os papéis têm vencimentos em 1º de novembro e 2 de dezembro de 2013.

Essa foi a segunda operação desse tipo realizada pelo Banco Central nesta semana.

Nos Estados Unidos, o crescimento do nível de emprego acelerou mais que o esperado em junho, o que pode levar o Federal Reserve, banco central do país, a dar continuidade ao plano de redução do estímulo monetário neste ano. O BC americano compra, mensalmente, US$ 85 bilhões em títulos públicos para incentivar a economia do país.

A notícia reflete negativamente entre investidores porque boa parte do valor injetado mensalmente pelo Fed na economia dos EUA acaba vindo para países como o Brasil e, com o fim desse estímulo, a oferta de dólares no mercado nacional pode enxugar ainda mais, pressionando a cotação da moeda americana para cima.

Segundo operadores, outro fator que preocupa é que, após o fim do programa de compra de títulos, o próximo passo do BC americano deve ser aumentar os juros no país, atualmente próximos de zero.

"Isso deixaria o investimento em títulos do Tesouro americano, que são remunerados pelo juro básico dos EUA e considerados de baixíssimo risco, mais atraentes aos investidores do que mercados de maior risco, como os emergentes. Muitos já estão migrando suas aplicações de volta para os EUA", explica Pedro Galdi, da SLW Corretora.



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