O dólar e o ouro foram as piores aplicações de janeiro, enquanto os títulos indexados ao IPCA foram os melhores investimentos do mês. A moeda americana encerrou janeiro com desvalorização de 2,84%. O ouro caiu 2,28%. Além disso, na contramão das principais bolsas europeias e americanas, que acumulam alta nesse início de ano, a Bovespa fechou o mês em queda de 1,95%.

Segundo o administrador de fundos Fabio Colombo, as intervenções do governo no câmbio afetaram diretamente a cotação do dólar, e, por consequência, do euro e do ouro. "Os investidores também demonstram preocupação com a inflação crescendo e com o reajuste do combustível", afirma.

Para Marcio Cardoso, sócio-diretor da Título Corretora, a percepção negativa dos investidores sobre as perspectivas de crescimento do país impedem a bolsa de decolar. "O comportamento da inflação, a contínua interferência do governo em alguns setores e a majoração dos impostos para o setor de mineração são alguns dos fatores que afastam o investidor", afirma. "Há opções melhores lá fora, e isso tem levado os investidores mais para lá do que para cá."

No cenário externo, boas notícias do governo americano e sinais de retomada econômica ajudaram a maioria das bolsas a fechar janeiro com dados positivos. "Os Estados Unidos vêm melhorando, com os democratas e republicanos chegando a um acordo fiscal e com a prorrogação do teto da dívida até maio", afirma Colombo.

Em Frankfurt, o DAX fechou janeiro com alta de 2,14%, enquanto em Londres o índice subiu 6,42%. O francês CAC 40 subiu 2,51%, e o espanhol Ibex 35 teve avanço de 2,38%. Nos EUA, o Dow Jones encerrou janeiro com alta de 5,9%. O S&P 500 teve valorização de 5,15% e o Nasdaq avançou 4,06%.

Na contramão de bolsa, ouro e moedas estrangeiras, os títulos indexados ao IPCA foram as melhores aplicações do mês, com rendimento bruto na faixa de 0,90% a 1,15%. Em seguida vêm os fundos de renda fixa, com rendimento bruto na faixa de 0,70% a 0,90%, acima dos DIs, que encerraram o mês com alta de 0,45% a 0,65%.

Os títulos indexados ao IGP-M também desempenharam bem em janeiro, fechando com avanço de 0,40% a 0,60%. Por fim, a poupança com aniversário em 1º de fevereiro encerrou o mês com rendimento de 0,41%.

Apesar do bom desempenho, Colombo explica que os investidores deveriam tomar cuidado com os títulos indexados ao IPCA, que pagam, além do indicador, um cupom de juros. "O juro real caiu muito. Isso pode ter efeito inverso na rentabilidade. Então os investidores deveriam procurar papéis com prazos não tão longos, de dois a três anos no máximo", conclui.