Cinema

Documentário ‘Assim É, se lhe Parece’ é exibido na Estação Cabo Branco

Mostra Iconoclássico


21/02/2013



 Dirigida por Carla Gallo, o documentário “Assim É, se lhe Parece” (São Paulo, 75 min, 2011, 12 anos) será exibido gratuitamente, nesta quinta-feira (21), às 17h30, na Sala de Audiovisuais da Torre Mirante da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano. O vídeo faz parte da coleção Iconoclássicos, do Itaú Cultural, mostra que foi aberta na última terça-feira (19) e termina no dia 26, com documentários sobre importantes personalidades do mundo artístico nacional.

Dono de uma carreira de 54 anos, o artista plástico Nelson Leirner revela-se de corpo inteiro neste retrato despojado da rotina e da intimidade de um criador iconoclasta. “Eu não queria ser artista, eu não queria ser nada, foram meus pais que me empurraram para a arte”, revela. Morando nos EUA na juventude, mais interessado na Broadway do que nos museus, Leirner descobre aos poucos que a arte, como ele diz, “tem o caminho do não saber”.

Desprezando a aquisição de um conhecimento técnico específico, se apropriou das informações e ferramentas que lhe serviram para delinear um estilo original. Integrante do Grupo Rex, ao lado de Wesley Duke Lee e Geraldo de Barros, tornou-se aos poucos um nome consagrado.

A coleção Iconoclássicos também contempla os filmes “Daquele Instante em Diante” (2011), que fala sobre o músico Itamar Assumpção; “Evoé – Retrato de um Antropófago”, sobre o ator, diretor e autor Zé Celso; e “Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz”, sobre o cineasta Rogério Sganzerla.

Nelson Leirner – Artista intermídia, Nelson Leirner nasceu em São Paulo em 1932, morou nos Estados Unidos entre 1947 e 1952, onde estudou Engenharia Têxtil, curso que não concluiu. De volta ao Brasil, estudou pintura com o artista espanhol Joan Ponç, em 1956. Com Wesley Duke Lee e Geraldo de Barros fundou, em 1966, o Grupo Rex, importante cooperativa artística que realizava intervenções e exposições na capital paulista.

Em 1967, enviou ao 4º Salão de Arte Moderna de Brasília um de seus trabalhos mais polêmicos e famoso: o porco empalhado. Leirner, por meio do Jornal da Tarde, chegou a questionar os critérios que levaram o júri a aceitar a obra. Ainda na década de 1960, começou a produzir seus primeiros múltiplos (trabalhos artísticos concebidos para serem reproduzidos em escala industrial). Por motivos políticos, fechou sua sala especial na 10ª Bienal Internacional de São Paulo de 1969 e recusou convite para outra, em 1971.

Nos anos 1970, criou alegorias da situação política e, em 1974, expôs a série “A Rebelião dos Animais”, que criticava o regime militar. Por essa série, recebeu da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) o prêmio de Melhor Proposta do Ano. A mesma Associação encomendou ao artista, em 1975, um trabalho para entregar aos premiados, mas o recusou por ser feito de xerox. Em sinal de protesto, os artistas se negaram a comparecer ao evento naquele ano. De 1977 a 1997, foi professor da Faap. Em 1997, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje.

Local: Sala de Audiovisuais da Estação Cabo Branco
Fones: (83) 3214-8303 / 8270
Sessão gratuita.
www.joaopessoa.pb.gov.br/estacaocb
Twitter: @estacaocb



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //