Saúde
“Divórcio do sono”: saiba como a medicina pode salvar os relacionamentos
17/07/2025

Imagem: Reprodução
Jorge Neto / Portal WSCOM
Em um mundo cada vez mais agitado, a qualidade do sono costuma ser negligenciada. No entanto, a Medicina do Sono ganha protagonismo como área essencial da saúde, dedicada a diagnosticar e tratar os inúmeros distúrbios que afetam o descanso noturno — e, consequentemente, a qualidade de vida durante o dia. Uma pesquisa encomendada pela ResMed em 2025, empresa global especializada em soluções para saúde respiratória e do sono, entrevistou mais de 30 mil pessoas em 13 países e identificou uma tendência crescente: casais estão optando por dormir em quartos separados. O fenômeno, conhecido como “divórcio do sono”, tem como principal causa o ronco e outros ruídos noturnos.
Segundo o estudo, três em cada dez entrevistados (32%) apontam o ronco, a respiração ruidosa ou ofegante do parceiro como grandes perturbadores do sono.
De acordo com Socorro Marques, especialista no tema e professora da Afya Educação Médica na Paraíba, esses desconfortos podem estar relacionados a diversos distúrbios, como insônia, apneia do sono, ronco crônico e comportamentos involuntários durante a noite, como movimentação excessiva. “A Medicina do Sono busca compreender e tratar esses problemas, promovendo uma melhor qualidade de vida — e, muitas vezes, preservando a harmonia conjugal”, explica. Segundo a médica, dormir bem juntos é possível. “Tratar o problema do sono é também cuidar da conexão do casal. O ‘divórcio do sono’ é um termo popular que descreve a situação em que parceiros precisam dormir separados porque o descanso de um está comprometendo o do outro”, afirma.
O estudo também revelou que 18% dos casais já adotaram permanentemente o “divórcio do sono”. Entre os que dormem separados, 31% disseram que o relacionamento melhorou, enquanto 30% perceberam piora. Já no aspecto da intimidade, 28% relataram melhora na vida sexual, e 22% sentiram o contrário. Para Starling, antes de recorrer à separação de camas ou quartos, é fundamental investigar as causas dos distúrbios e buscar soluções médicas e comportamentais.
Ela reforça que a qualidade do sono de um parceiro influencia diretamente a do outro. “Dormir juntos significa compartilhar um espaço com interações contínuas durante a noite. O sono ruim afeta o humor, a paciência e a comunicação, o que pode gerar tensão e desgaste emocional. Por isso, é essencial que ambos priorizem o sono como um compromisso conjunto”, afirma a professora da Afya Educação Médica.
Entre as recomendações da especialista estão estratégias simples e eficazes: Respeitar o ritmo de cada um, investir em colchões confortáveis, avaliar fatores como luz, ruído e temperatura, e manter hábitos saudáveis durante o dia também contribuem para noites mais tranquilas. Além disso, é essencial procurar um médico especializado em medicina do sono, já que muitos distúrbios têm tratamento eficaz. “Cuidar do sono é cuidar da saúde e do relacionamento”, conclui.
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