A divisão da bancada federal da Paraíba no Congresso Nacional foi consequência de uma falta de articulação entre integrantes da Câmara e do Senado. A avaliação é do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que compartilha a coordenação da bancada com o deputado federal Mersinho Lucena (PP) a partir deste mês.

Em entrevista à Rádio CBN, Veneziano afirmou que apresentou seu nome à coordenação em 2024, após o então coordenador Murilo Galdino (Republicanos) sinalizar apoio a um rodízio entre as duas Casas. A ideia era que, depois da Câmara, o Senado também tivesse vez na liderança da bancada. “Tem mais de 12 anos que o Senado Federal não tinha um de seus membros coordenando a bancada. Eu acho isso incorreto”, disse o senador.

Na ocasião, segundo Veneziano, Murilo e o deputado Hugo Motta (Republicanos) se comprometeram a apoiá-lo em 2025. Contudo, já este ano, Mersinho apresentou sua candidatura à coordenação, alegando não ter sido informado previamente sobre o acordo firmado. “Mersinho, legitimamente, apresentou seu nome. Ele não tinha sido abordado por Murilo nem por Hugo e gerou essa situação”, declarou.

Siga o canal do WSCOM no Whatsapp.

O senador também afirmou ter obtido o apoio do senador Efraim Filho (União) e de cinco deputados federais, entre eles, Luiz Couto (PT) e Ruy Carneiro (Podemos). Ainda assim, a falta de articulação entre os parlamentares impediu a formação de consenso, o que levou à divisão inédita da função de coordenação entre Câmara e Senado.

“Não me recordo quando nós, da bancada paraibana, tivemos uma missão compartilhada. É uma experiência nova”, avaliou Veneziano. O parlamentar se comprometeu a atuar com “comportamento institucional” e a manter os colegas informados sobre os projetos debatidos. Ele espera que o novo modelo funcione sem entraves, desde que o foco continue nas demandas da população paraibana.

O senador citou como exemplo de ações da bancada a duplicação da BR-230 e os avanços no processo de triplicação entre Cabedelo e João Pessoa. Também destacou que o segundo semestre deve marcar a licitação do terceiro eixo da transposição do Rio São Francisco, voltado ao Vale do Piancó.

A primeira reunião da bancada sob a coordenação compartilhada deve ocorrer em julho, com foco na articulação de emendas para o Orçamento da União de 2026.