Futebol

Dirigente do Cruzeiro relata cena de racismo: ‘Vi pai ensinando ao filho’


15/02/2014



Um dos responsáveis por cobrar da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) uma punição ao Real Garcilaso por conta dos manifestos racistas contra o volante Tinga, do Cruzeiro, o diretor de futebol do clube mineiro, Alexandre Mattos, revelou que presenciou uma cena desagradável enquanto tentava protestar com o delegado da partida sobre os insultos sofridos por seu jogador. No momento em que ia reclamar, o dirigente se revoltou ao ver um pai ensinando ao filho como imitar um macaco. O caso ocorreu na última quarta-feira, quando os brasileiros perderam por 2 a 1, em Huancayo (Peru), na estreia do atual campeão brasileiro na Taça Libertadores.

– Quando eu estava descendo, pouco antes de acabar a partida, para cobrar uma atitude do delegado do jogo, vi no meio do caminho um pai ensinando ao filho a imitar um macaco. Eu me dirigi a ele, até nervoso, claro, e cobrei. E ele rindo. Falei: "Aquele que você está gozando é irmão". As pessoas acham que podem simplesmente fazer o que querem. A gente quer realmente uma punição severa – afirmou o dirigente em entrevista ao "Arena SporTV".

Mattos relatou ainda que, além das providências burocráticas para uma punição do clube peruano, já conversou com os presidentes da Conmebol, Eugenio Figueredo, da CBF, José Maria Marin, e da Federação Mineira de Futebol (FMF), Paulo Schettino, em busca de uma medida que sirva de exemplo para os demais clubes.

– O Cruzeiro já fez um repúdio no estádio, já se manifestou através da Federação Mineira. Já conversamos com os presidentes da Conmebol, CBF e Federação Mineira. Todos estão muito empenhados em ter uma solução e que essa solução seja um exemplo a não ser seguido nunca mais por pessoas que acham que simplesmente podem mexer com a vida, com as pessoas. Que pensem que todos somos irmãos.

O código disciplinar da Conmebol diz que os clubes podem ser multados em ao menos US$ 3 mil (cerca de R$ 7,2 mil) em casos de comportamentos ofensivos de suas torcidas. Há ainda as possibilidades de sanções adicionais, como jogar em estádio com portões fechados e até a exclusão do torneio.



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