Cinema

Diretor paraibano exibe filme em festival Cine Brasília

Destaque


19/09/2014

Desde que recebeu uma ligação interurbana, comunicando que o seu filme foi selecionado para o 47º Festival de Brasília, o cineasta paraibano Taciano Valério vive num estado pleno de felicidade. O projeto demandou de mais de um ano para que a obra total fosse finalizada. O filme se cama Pingo d’água, é o terceiro filme da identificada Trilogia Cinza e será exibido nesta sexta-feira, às 21h:30 no palco do Cine Brasília.
Segundo o diretor, o filme que será apresentado aos críticos especializados do cinema, será um divisor de águas por impactar em relação à diversidade e linguagem que será exibida.

{arquivo} Sobre a produção propriamente dita, o diretor acrescenta que predominou um clima de absoluta interação entre elenco & direção. “Pingo D’água”, para ele, fecha a trilogia e diz muito, da melhor maneira possível, como e principalmente o que e com quem deseja trabalhar, seu modus operandi enquanto flexibilidade de diretor que se ‘dobra’ em nome de um espírito coletivo: “Usei a dobra das minhas ideias em conexão com o grupo. Não havia um, mas um grupo. Houve um respeito absoluto pela minha maneira de dirigir, respeito da equipe técnica, respeito e compreensão dos atores principalmente. Fizemos o que queríamos”, resumiu.

{arquivo} A trilogia, além de Pingo D’água, consiste nos filmes “Onde Borges Tudo Vê” e “Ferrolho”. Todos os filmes são filmados em preto e branco e retratam em um primeiro impulso, um caminho em busca da ficção na realidade, e, então, no ato de filmar, o encontro da realidade na ficção. Este último trabalho da trilogia se faz de um jogo de seres e de símbolos, onde os atores são autores da própria obra que os conduz.

O diretor Taciano Valério, diversas vezes premiado por seus documentários e curtas, quando perguntado da sua transição das produções voltadas aos documentários para a produção ficciona, relata: “Acho que eu pertenço a um momento, uma época de perda de identidade. Eu, particularmente, transito pela incerteza, pela inquietação. Isso é próprios nos curtas, e já nos longas. Sai da literatura e fui aos poucos para o documentário, mas acho que sempre fiz ficção e sempre tratei do real e do imaginário de maneira livre, as vezes poéticas, outras vezes caótica”.

Sobre possíveis receios em relação ao que a crítica dirá amanhã no debate, aqui em Brasília, Valério reitera ser uma ”pessoa avessa a compadrios, mídia e de grupos”. E sobe o tom para esclarecer: “Não chupo o ovo de ninguém. Sou um operário, e corro com as minhas ideias e com alguns comparsas. Por outro lado, a critica já se manifesta de maneira coerente falando sobre um cineasta de autoria, singularidade, etc… Quanto ao filme, este é uma obra de arte”.
De nossa parte, só nos resta desejar toda sorte do mundo ao paraibano que logo mais às 21h30 sobe ao palco do Cine Brasília para apresentar seu filme que será visto, pela primeira vez, pelo maior número de críticos e de um público de gosto refinado, exigente e politizado.
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Confira o trailer na íntegra :

 

 

 

 



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