Política

Dilma lê carta e propõe plebiscito para novas eleições presidenciais

AO SENADO E AO POVO


16/08/2016



A presidenta afastada Dilma Rousseff divulgou carta intitulada "Mensagem ao Senado e ao povo brasileiro" propondo a realização de plebiscito sobre a convocação de eleições presidenciais antecipadas.

“A restauração plena da democracia requer que a população decida qual o melhor caminho para melhorar a governabilidade", disse Dilma. "Estou convencida da necessidade e darei meu apoio irrestrito à convocação de um plebiscito, com o objetivo de consultar a população sobre a realização antecipada de eleições, bem como sobre a reforma política e eleitoral", completou a presidente eleita que apenas leu o documento e não respondeu perguntas.

No documento, Dilma reafirma que o processo de impedimento foi injusto, pois não cometeu crime de responsabilidade e classificou o impeachment contra ela de golpe. Rousseff alegou que caso o Senado decida pelo afastamento definitivo dela da Presidência da República haverá "ruptura da ordem democrática" baseada em um impeachment sem crime de responsabilidade".

Na carta, Dilma também reconhece erros cometidos durante seu governo e acena com mudanças na política econômica caso retorne à presidência.

Dilma disse ainda que apoia a luta contra a corrupção e que ela é "inegociável".

"Não tenho contas secretas no exterior, nunca desviei um único centavo do patrimônio público e não recebi propina de ninguém", disse Dilma ao ler a carta, em referência ao deputado afastado e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A presidenta afastada convocou uma coletiva de imprensa no Palácio da Alvorada para explicar os argumentos da carta, debatidos nos últimos dias com aliados. O texto que será encaminhado aos senadores aponta um dos últimos posicionamentos de Dilma antes do julgamento final do processo de impeachment.

Na semana passada, 59 senadores votaram pela aceitação do parecer que dá continuidade ao processo. Com isso, o julgamento de Dilma por crime de responsabilidade terá início no próximo dia 25, uma quinta-feira. Para barrar o impeachment, Dilma precisa do voto de, no mínimo, 28 do 81 senadores. A presidenta afastada não informou se irá ao Senado para apresentar pessoalmente sua defesa.

Acompanharam Dilma na entrevista os ex-ministros Eleonora Menicucci (Secretaria Especial de Políticas para Mulheres), Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Aloizio Mercadante (Educação). 

Assista à leitura feita por Dilma no Alvorada aqui



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