Paraíba

Dida Fialho: Os outros estão em nós, diferente dos outros


14/02/2023



A discurção quando acontece em uma convivência, pode até chegar a ser um debate extremo, trazendo confusão e servindo para um distanciamento.

Buscando a compreensão com maturidade ficamos com outra impressão e uma nova imagem do outro.

Quando há vontade, respeito e verdade, o incômodo gerado pelos atritos são recompostos, pois a vida não é cor-de-rosa como nos desenhos dublados e animados da TV.

Tudo se torna menor quando olhamos da distância do alto dos picos montanhosos.
As fronteiras geografias com trilhas, rios e caminhos, desaparecem da visão horizontal do observador.

A dureza do outro pode até ser uma questão de defesa protegendo sua concha de traumas de uma infância castrada que se projeta na vida inteira em ações diárias.

Sempre haverá possibilidades para se espelhar na transparência do outro aprendendo a viver desatando os próprios nós.

Para ter o outro por perto precisamos ficar por dentro de nossas diferenças percebendo os preconceitos.

Os outros podem não querer ser outros,mas no estádio são pessoas comuns,gritam gol formando uma multidão de torcedores fanáticos por seus times.

Quem mergulha no mar de lágrima do outro, poderá se afogar na fundura salgada.

Ainda mais quando encontramos um anzol oportunista pescando em um lugar indesejado nos ferrando o coração causando dor e desamor.

O outro sujeito indeterminado.
Fantasma do nosso hospício.
Anjo caído do céu de nuvens de algodão doce.

Eu, tú, nós, vós, eles.

Verbo transitando entre palavras que não se calam ,buscando sempre o outro.

O outro sempre será portal de acesso a subjetividade de cada um, criando conexão, equilibrando o stress e o ponteiro de nossa bússola interior.

Os outros são partes que necessitamos para viver e conviver no casamento,entre amigos, familiares,colegas, de trabalho e no caos frenético do trânsito e nas longas filas esperando resoluções.

Previsão do tempo chuvoso , não pode inviabilizar o abraço e o beijo.

No leque de desafios somos iguais aos outros,mesmo que as estradas não tenham mão dupla, e o céu continue nublado sem estrelas.



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