O membro do Comitê de Gestão de Recursos Hídricos (CGRH) do MPPBA, o procurador de Justiça Francisco Sagres revelou que as captações irregulares no Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco, chegavam a 500 litros por segundo, em um trecho chamado Jacaré até o Açude de Boqueirão, em Campina Grande.

 “Nesse trecho nós temos uma perda de 500 litros de água por segundo. A coisa é tão grave que a água retirada do Açude de Boqueirão para abastecer Campina Grande e mais 19 cidades é de 850 litros por segundo no total. São cerca de 1,5 milhão de pessoas”, afirmou em entrevista por telefone à Agência Brasil.

 Segundo o procurador, o perfil dos agricultores que desviam água para irrigação é variado: pequenos, grandes e médios, plantando de frutas e verduras a sorgo e palma. “Se chegarmos a um nível maior de água no açude [de Boqueirão], tudo bem, podemos analisar a autorização de alguns hectares. Mas agora não dá”, afirmou Sagres.

 “Não há ainda segurança hídrica no açude, a qualquer momento pode haver uma paralisação dessa transposição, e como vamos abastecer Campina Grande? Qual a capacidade que temos para abastecer Campina Grande com carro-pipa? De forma nenhuma, uma cidade com 1 milhão de habitantes”, questionou Francisco Sagres.