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Desertor do Pan do Rio 2007, cubano defende títulos contra ex-campeão

Boxe


07/12/2013

{arquivo}Com capacidade para mais de dez mil espectadores sentados, o histórico Boardwalk Hall, em Atlantic City, nos Estados Unidos, será palco de uma importante disputa do boxe mundial, na madrugada deste sábado para domingo, com transmissão ao vivo do SporTV. De um lado, o ex-campeão mundial dos pesos-galos da Federação Internacional de Boxe (IBF), o ganês Joseph Agbeko. Do outro, uma lenda da nobre arte, Guillermo Rigondeaux, que, em 2007, tentou desertar da delegação cubana dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro ao lado do companheiro Erislandy Lara. Em jogo estão os dois cinturões do atleta de Cuba, de campeão mundial supergalo da Organização Mundial de Boxe (WBO) e da Associação Mundial de Boxe (WBA), chamado de supercampeonato.

Em 2007, Rigondeaux e Lara deixaram a equipe que estava hospedada na Vila do Pan e se esconderam, mas tiveram a tentativa de fuga frustrada ao serem encontrados pela Polícia Federal, em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Os dois foram deportados de volta para Cuba. Na ocasião com 26 anos, Rigondeaux negou ter desertado, disse que teve apenas "alguns problemas", classificou o episódio como "indisciplina" e relatou que só agiu daquela forma porque não tinha conseguido alcançar seu peso para a luta. Já em terras cubanas, eles contaram que ficaram em uma casa de visitas antes de serem autorizados a voltar para suas residências. No local, foram entrevistados pelo Comitê Central do Partido Comunista. "O Chacal", como é chamado, tinha salário de cerca de U$S 27 (cerca de R$ 63,5 mil) na época e morava em um apartamento que era propriedade do Instituto Nacional de Esportes e Recreação Física (Inder).

Como ficou sem espaço no esporte em Cuba depois do episódio, Rigondeaux desertou de vez em 2009 para Miami, nos Estados Unidos, onde mora até hoje. Na Flórida, ele se uniu a Yuriorkis Gamboa, Odlanier Solís e ao amigo Erislandy Lara, todos com a deserção bancada pela empresa alemã Arena Box Promotions, cujo proprietário era um promotor turco, com quem fechou contrato. Atualmente, ele está com a Top Rank, agência de Bob Arum, que também representa o brasileiro Esquiva Falcão, além da lenda filipina Manny Pacquiao.

Aos 33 anos, o cubano é considerado um dos maiores nomes da luta amadora de todos os tempos. Antes de virar profissional, ele fez 475 confrontos, tendo perdido apenas 12. Além disso, é duas vezes campeão mundial – em Belfast (2001) e Mianyang (2005) -, possui duas medalhas de ouro olímpicas – em Sidney (2000) e Atenas (2004) -, foi campeão do Pan de Santo Domingo (2003), dos Jogos da América Central e do Caribe, em Cartagena (2006), e da Copa do Mundo, em Astana (2002) e Moscou (2005), todos na categoria galo.

No boxe profissional, porém, Rigondeaux ainda está longe em números de ícones como o americano Floyd "Money" Mayweather Jr., oito vezes campeão mundial em cinco categorias e atleta mais bem pago do mundo, e de Manny Pacquiao, o "Pac-Man", que foi o primeiro campeão mundial em oito diferentes categorias. Mayweather tem 45 triunfos em 45 duelos profissionais, sendo 26 por nocaute. Já Pacquiao subiu 62 vezes ao ringue, venceu 55, nocauteou 38 rivais, empatou duas e perdeu cinco. Rigondeaux tem 12 lutas, com 12 vitórias, sendo oito por nocaute. Mesmo assim, chama a atenção por já ter dois títulos mundiais, da WBO e da WBA, com tão poucas lutas.

– Essa luta está valendo dois títulos mundiais na categoria supergalo. O Guillermo Rigondeaux é o atual o campeão. É um boxeador invicto e é um caso pouco comum. Hoje em dia os lutadores fazem 20, 25 lutas, antes de disputar título mundial. Mas ele ganhou o seu primeiro, o interino, na sua sétima luta como profissional. E na nona ele já lutou pelo título regular. Outro lado que é interessante é que, apesar dele ter sido medalhista olímpico e ter uma carreira vitoriosa, é um cara que não tem muito carisma. Por conta disso, ele tem até dificuldades para ter suas lutas transmitidas na televisão. Tem até quem torça contra o Rigondeaux por causa disso – opinou o comentarista do SporTV e blogueiro SporTV.COM, Daniel Fucs.

Para Fucs, o cubano é favorito frente a Agbeko, que tem 29 vitórias, sendo 22 por nocaute, e quatro derrotas.



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