Cultura
Desembargadora se distingue além da formalidade funcional e anuncia lançamento de livro “Voo do Amor” lembrando José Maranhão
06/06/2023
“Ao publicar esse livro ‘O voo do Amor’, quero tão somente dizer que a magistrada, a julgadora também é mulher, uma mulher que sofre, uma mulher que ama, que valoriza a família, que valorizou todo o carinho”, assim define a desembargadora Maria de Fátima Bezerra Maranhão ao analisar o novo livro a ler lançado próximo dia 12 de Junho, às 16h00, no Clautro da Igreja de São Francisco, em João Pessoa.
Nesta entrevista à reportagem do Portal WSCOM ela comenta detalhes da produção e lançamento do livro.
Eis, a seguir, a integra:
WSCOM – O que significa seu mergulho literário realçando no presente afeto singular do passado?
DES FÁTIMA BEZERRA MARANHÃO – Para mim, não existe passado, presente sem Zé Maranhão. Eu estava recentemente numa mesa de um jantar com pessoas importantes desta nação e evidentemente o nome de Maranhão veio a lume como um homem que foi senador, governador, conhecido e reconhecido pela idoneidade, seriedade, competência e grandes funções públicas que exerceu com muita dignidade. E ao se falar neste assunto, sobre Zé Maranhão, quando meus olhos brilharam e minha voz entusiasta além dos comentários objetivos, subjetivamente mencionei o homem bom, amoroso, gentil, afetuoso que era Zé Maranhão, pai, avô, o esposo, tio, o amigo, alguém disse: ‘Maria de Fátima, você é a viúva mais bem casada que eu conheço’. Portanto, essa frase eu guardei no meu coração como se fora uma benção divina, um presente que veio do céu. Então eu quero dizer que, para mim, não há passado, o presente é o futuro, o presente é o passado, porque em todos eles estará Maranhão, aquela figura, sereno naquele riso lindo, aquele riso aberto, aqueles dentes que brilhavam através de um rosto largo, um rosto de homem, um rosto másculo, com aqueles olhinhos miúdos, que por baixo dos óculos conseguia enxergar além das aparências. É assim ele ia vivendo, descobrindo a essência do ser humano, perdoando suas fraquezas, compreendendo seus limites, valorizando suas virtudes.
WSCOM – Na vida de tantos dramas, como construir meios de exaltar sentimentos como o amor?
DES FÁTIMA BEZERRA MARANHÃO – 12 de junho se celebra o Dia dos Namorados, véspera de Santo Antônio, considerado o santo casamenteiro. Eu escolhi esse dia para falar de amor. Todos nós temos os nossos romances, se cada pessoa quisesse escrever sua história, nós teríamos bilhões de livros para as bibliotecas, nas mídias sociais, no mundo digital e virtual, milhões, milhões, milhões. Cada um de nós é um livro a ser lido, mistério a ser descoberto, revelações a serem conhecidas. Mas eu também tenho certeza e creio absolutamente que em cada história de todo ser humano que passa por esse planeta, há raios de amor, mesmo aquelas pessoas que tenham se desviado no meio do caminho, pessoas que são consideradas psicopatas, pessoas que são consideradas mau caráter, pessoas que são taxadas como marginais, bandidos, ó Deus! Todos eles tiveram raios de amor em suas vidas ou tem raios de amor em suas vidas, são personalidades que nós não podemos julgar. São situações até mesmo daqueles pessoas que são considerados criminosos, o Serial Killer, todas essas pessoas tiveram um raio de amor em sua vida, ao menos no momento do nascimento, raio de amor em sua vida tiveram, e tem e terão.
WSCOM – que motivação, enfim?
DES. FÁTIMA BEZERRA MARANHÃO – Mas eu quero falar de amor porque existem pessoas que são movidas pelo amor. Eu tenho um livro que o título é ‘Guiadas pela justiça, movidas pela fé”, eu complementaria ‘Guiadas pela justiça, movida pela fé, abençoadas pelo amor”. Porque esse tripé: a justiça, a paz, a fé, tudo isso significa amor, e o amor que nos move não é verdade, o amor é que nos acelera, o amor que nos acalma o amor é que nos impulsiona, o amor é que dá sentido às nossas vidas, por isso 12 de junho eu quero falar de amor e falar de amor é falar de José Maranhão.
WSCOM – Como defines o título “O voo do AMOR” para gerar exposição pública nesse tamanho?
DES. FÁTIMA BEZERRA MARANHÃO – É verdade, é uma exposição pública que eu estou ora proposta a fazer, mas é uma exposição pública que certamente só vai trazer alegria para o meu coração. Eu sou magistrada, uma julgadora, uma mulher reservada, uma mulher consciente das minhas responsabilidades, como membro inclusive de um Tribunal, não só uma julgadora de primeiro grau, mas integrando uma corte de 19 membros comigo, uma Corte que eu respeito, uma Corte que eu reputo uma das mais inteligentes do país, uma corte que está sempre pautada pela lei, pela jurisprudência, respeito à cidadania, respeito ao direito do cidadão, respeito a todas as categorias, classes, raças, situações. A minha Corte merece os aplausos da sociedade porque nós temos julgadores de primeiro nível como também toda a nossa magistratura, Graças a Deus. Eu preciso honrar a magistratura, devo honrar a magistratura, e com isso eu, ao publicar esse livro ‘O voo do Amor’, quero tão somente dizer que a magistrada, a julgadora também é mulher, também é uma mulher, uma mulher que sofre, uma mulher que ama, uma mulher que valoriza a família, uma mulher que valorizou todo o carinho que recebeu de um homem, uma mulher que, ao lado de um político, sendo magistrada, nunca misturou as coisas. Maranhão foi o político, eu sou a jogadora, nós tivemos 40 anos nessa situação de convivência. Cerca de 40 anos porque houve um período muito curto de afastamento, de separação, mas na essência são 40 anos de convivência nessa magistratura, uma magistratura que eu exerço a 40 anos e a política que eles exerceu por 60 anos, e nós nunca tivemos incompatibilidade, eu respeitando o seu trabalho, ele respeitando o meu trabalho e colocando acima de tudo acima de tudo os deveres da nossa consciência, no sentido de caminhar sempre em direção ao que é certo, ao que é justo e ao que é belo, devendo prestar contas tão somente ao nosso Pai criador, ao nosso Pai Salvador, ao nosso pai que é a nossa luz.
WSCOM – qual a significação pública?
DES FÁTIMA BEZERRA MARANHÃO – Essa exposição pública não é da magistrada, essa exposição pública não significa dizer que eu julgadora estou aqui dizendo como julgar meus processos, permaneço a mesma como sempre fui, desde que ingressei na magistratura, repito, há quase 40 anos, permanecerei a mesma, seguindo os caminhos do direito, da Justiça, do bem, do amor. Mas essa exposição é tão somente dizer que o amor não escolhe idade, não escolhe sexo, não escolhe, o amor só precisa amar o amor só precisa amar, e amando nós conseguimos produzir amor fazer com que todos que estão ao nosso redor se sintam mais felizes, mais plenos, mais em paz. O amor é paz, o amor é a alegria, o amor é força, o amor é luz.
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