Política
Deputada aciona STF e pede novo afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF
06/05/2025

Portal WSCOM
A deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), conhecida como Daniela do Waguinho, entrou com uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues do comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O pedido se baseia em indícios de fraude em uma das assinaturas do acordo que viabilizou a volta de Ednaldo ao cargo, após ele ter sido destituído por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Segundo a parlamentar, um laudo técnico aponta que a assinatura do Coronel Nunes, um dos cinco dirigentes que endossaram o acordo firmado entre a CBF e o STF em março de 2022, não foi feita de forma voluntária e consciente. O documento afirma que “há dúvidas pertinentes quanto às consequências da assinatura” e que o dirigente não estava em plenas faculdades mentais no momento em que firmou o termo.
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Além disso, a petição menciona um laudo de 2023 assinado pelo médico Jorge Pagura, da Confederação Brasileira de Ginástica, que atesta que o Coronel Nunes não tinha condições físicas nem cognitivas para consentir com o conteúdo do acordo. A perícia foi realizada a pedido do vereador Marcos Dias Ferreira (Podemos-RJ) e conduzida pela perita Jacqueline Tirotti, que atua em casos de grande repercussão.
O ministro Gilmar Mendes, relator do caso no STF, analisará os novos documentos. Em janeiro de 2024, foi ele quem concedeu uma liminar permitindo o retorno de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF, com base em “evidente perigo de dano” à entidade.
Entenda o caso
Ednaldo Rodrigues assumiu interinamente a presidência da CBF em 2021 após o afastamento de Rogério Caboclo, acusado de assédio. Em 2022, o Ministério Público do Rio de Janeiro e a CBF firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que, na prática, garantiu a eleição de Ednaldo ao comando definitivo da entidade. Esse acordo foi anulado pelo TJ-RJ em dezembro de 2023, o que motivou sua saída do cargo até a decisão liminar de Gilmar Mendes no mês seguinte.
O acordo contestado foi assinado por representantes de cinco federações, incluindo Rogério Caboclo, Fernando Sarney, Gustavo Feijó, Castellar Guimarães Neto e o Coronel Nunes — este último, agora alvo da nova controvérsia judicial.
O julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que trata do caso está marcado para 28 de maio. O processo chegou a ser analisado pelo ministro Flávio Dino, que pediu vista em outubro de 2024 e já devolveu os autos para deliberação. Apesar de Gilmar Mendes ter arquivado a ação anteriormente, o julgamento segue previsto, agora com novos elementos para avaliação do Supremo.
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