Educação

Departamento de Química desenvolve projetos que contribuem para um meio ambiente

Argila e bagaço


12/05/2014

Preocupação com o meio ambiente, política de gestão ambiental e o compromisso de uma Instituição séria em contribuir para manter o ar mais saudável e a cidade menos poluída. A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através do Departamento de Química, localizado no Câmpus de Bodocongó, em Campina Grande, tem investido em ações que visam contribuir para melhorar a relação do homem com o meio ambiente.

Projetos têm sido realizados pelo Grupo de Pesquisa Química de Materiais, formado em 2007 por professores Centro de Ciências e Tecnologia (CCT). Um dos projetos, idealizado pela professora doutora Edilane Laranjeira, utiliza a argila bentonita no tratamento de águas poluídas e até esgotos de indústrias que estão contaminados com os chamados hidrocarbonetos de petróleo. Aprovado pelo PROPESC, o projeto está em nova fase envolvendo professores e alunos bolsistas do PIBIC/CNPQ, além de estudantes voluntários.

A professora explica que a iniciativa está voltada para a dessorção (fenômeno pelo qual uma substância é liberada) de efluentes industriais com derivados do petróleo. Para desenvolver o trabalho, a equipe tem extraído a matéria prima sem nenhum tratamento da região de Boa Vista, no Cariri paraibano. O produto é levado para experimento no Laboratório de Química da UEPB, onde ganha novo aspecto. A bentonita é transformada em uma espécie de pó que, uma vez lançado nos esgotos, retira as impurezas.

A primeira experiência foi feita a partir da coleta de esgoto de um parque industrial que trabalha com couro, no bairro de Bodocongó. Posteriormente, foi feita outra mostra, agora usando outro tipo de esgoto, onde foram retirados da água outros derivados do petróleo como o óleo diesel e a gasolina. Os resultados indicaram que as mostras produzidas no projeto são suficientes para comprovar que a argila pode ser usada como bom absorvente e despoluir o meio ambiente.

Segundo a professora Edilane, em muitos processos industriais, como a produção de petróleo e refino de óleo, são gerados grandes volumes de água misturada com derivados de petróleo. O lançamento de efluentes in natura nos recursos hídricos resulta, além de vários problemas socioambientais, em impactos significativos sobre a vida aquática e o meio ambiente como um todo. Estes problemas resultantes do aumento considerável dos descartes de efluentes industriais contaminados, aliados às leis ambientais cada vez mais rigorosas, estimularam as pesquisas nesta área, visando a obtenção de métodos alternativos de baixo custo e mais eficientes no tratamento de águas e despejos.

Atualmente, novos testes estão sendo feitos a partir da utilização de sais orgânicos que tornam a argila ainda mais eficaz. “Quando a gente trata a argila com os sais orgânicos, ela melhora. O poder de adsorção (retenção de substância na superfície de sólidos por interações químicas e físicas) para retirar os derivados de petróleo dos esgotos é eficiente. Isso é uma política de gestão ambiental de grande relevância”, observa a pesquisadora Edilane.



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