Economia

Debate interno sobre regra fiscal tem desconfiança e desconforto entre integrantes do governo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, restringiu a discussão com receio de vazamentos


18/03/2023

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na Fiesp (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Brasil 247



 

 

O debate sobre a nova regra fiscal, conduzido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acontece em meio a um clima de desconfiança no núcleo do governo, aponta reportagem da jornalista Catia Seabra na Folha de S.Paulo.

Haddad restringiu a discussão a um grupo pequeno para evitar que a proposta vazasse e chegasse transfigurada às mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nesta sexta-feira (17), o presidente conheceu os detalhes da proposta.

Com receio de eventuais críticas de seus próprios companheiros do PT, Haddad quis primeiro conquistar o aval do chefe de governo. Ele pretendeu impedir que a proposta fosse alvo de um debate público antes que fosse oficialmente apresentada ao presidente.

Isto causou insatisfação entre membros de outras áreas do governo. Um dos ministros que se ressentiu disso foi o chefe da Casa Civil, Rui Costa, que até a sexta-feira não conhecia em detalhes o teor da proposta, apesar de ter pedido informações.

A reportagem relata que há desconfianças mesmo no interior do Ministério da Fazenda, pois o debate ficou limitado aos secretários mais próximos ao tema, enquanto os demais não foram informados de detalhes.

Durante a elaboração do plano, Haddad apresentou as diretrizes sobre a nova regra fiscal ao vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e à ministra do Planejamento, Simone Tebet, além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

A estratégia de Haddad gerou desconforto entre seus pares, que enxergam nele uma intenção de se consolidar como um superministro.

A atitude foi recebida por colegas de Esplanada como um sinal de que, na opinião de Haddad, outros integrantes do governo não seriam qualificados o suficiente para um debate sobre a nova regra fiscal.



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