O debate promovido pela TV Master, que o Portal WSCOM retransmitiu na noite desta segunda-feira (22), teve início quente com alfinetadas entre os candidatos a prefeito de João Pessoa. O primeiro bloco teve como ato principal a apresentação e as perguntas livres entre concorrentes.

A primeira a formular pergunta foi a candidata Cida Ramos (PSB). Ela questionou a política de mobilidade urbana implantada na gestão do prefeito e postulante à reeleição, Luciano Cartaxo (PSD). “Em sua campanha eleitoral de 2012 o senhor garantiu aos pessoenses que implantaria seis corredores exclusivos para o BRT, garantiu também a construção rodoviária shopping de João Pessoa e um plano municipal de mobilidade urbana, mas nada disso ocorreu, o que aconteceu? ”, questionou a socialista.

Em resposta, Cartaxo afirmou que a mobilidade urbana foi uma das marcas do seu governo. Entre os ‘avanços’ destacados por ele, o alargamento da avenida Epitácio Pessoa, a duplicação da avenida Panorâmica e a pavimentação da avenida Luzinete Formiga, ambas no bairro do Altiplano.

“Fizemos muitos investimentos na área de mobilidade urbana, o BRT está no nosso programa de governo, vamos trabalhar por isso, o problema foi a crise que assolou o país. O Governo Federal não liberou os recursos, os projetos estão prontos, e havendo a liberação por parte do Ministério das Cidades iremos colocá-lo em prática. É um investimento de R$ 200 milhões, e não há município que consiga fazer isso sozinho”, respondeu Luciano.

Cida Ramos retrucou na réplica afirmando que o governo Luciano Cartaxo perdeu os recursos liberados pelo Governo Federal para o BRT por “falta de capacidade administrativa”. “O Governo tinha garantido, através do Ministério das Cidades, a liberação dos R$ 200 milhões. Em 2013 o senhor elaborou um edital, houve uma contestação do Tribunal de Contas ao projeto que disse que ali não tinha inconsistência, passou dois anos e o senhor nada fez, os recursos voltaram. O mais grave é não dá para aceitar é que nas construções do Trevo de Mangabeira e o Viaduto do Geisel, o senhor alegava que eles não poderiam ser feitos porque existia o BRT”.

Na tréplica, Cartaxo respondeu: “Candidata, Trevo de Mangabeira e Viaduto do Geisel não têm nenhuma relação com o BRT, fizemos uma permuta com o Governo do Estado. A candidata está misturando alhos com bugalhos”.

HABITAÇÃO

Na sua vez, Luciano Cartaxo perguntou qual seria a política de habitação de Victor Hugo. O candidato do PSOL respondeu ao prefeito com uma crítica. “Infelizmente na sua gestão ficamos muito aquém da realidade. Atualmente, nós temos um déficit de quase 10 mil casas, segundo o seu próprio plano de metas. Há um déficit, há uma situação grave e queremos fazer 15 mil casas, queremos fazer que o custo pelas moradias baixe, porque esse é o grande problema da construção civil, e queremos tirar os intermediários do ramo, facilitando o trabalho de cooperativas no meio”, respondeu.

Cartaxo, na tréplica, disse que implantou o “maior programa habitacional dos últimos anos em João Pessoa”, através da construção de 8.500 novas moradias. “Vamos ampliar esse número proporcionando um diferencial, com qualidade, levando habitação, saúde e esporte”, disse.

CULTURA

Na sua vez de perguntar, o candidato Victor Hugo (PSOL) perguntou ao professor Charliton Machado (PT) qual seria o seu projeto para a área cultural em João Pessoa.

“A cultura é um grande desafio para essa cidade, é preciso mudar esse modelo atual que é elitizado, fechado e de pouca transparência. É preciso levar a cultura para a rua, assessorar os movimentos culturais, valorizar as praças e o Centro Histórico, queremos retomar o debate com as entidades culturais de bairros e comunidades e descentralizar a cultura”, disse.

Victor Hugo alfinetou, na tréplica, que Charliton e o PT participou do atual governo de Luciano Cartaxo, que era aliado da gestão estadual do governador Ricardo Coutinho e “nada fez”.

APOIO A TEMER

Na sequência, Charliton Machado perguntou a Cida Ramos sobre como ela analisava o atual momento político do país, “perpetrado pelo golpe do senhor Michel Temer”.

‘Fui defensora pelo Estado Democrático de Direito e o Brasil precisa voltar a um ciclo de desenvolvimento. Os que aí estão não disseram ao que veio, continua a crise econômica e é preciso que o atual governo que ocupa o Planalto diga ao que veio, proporcione políticas de incentivo, que acabe com a estagnação econômica, que a gente lute por conquistas sociais, pois, isso jamais poderá retroceder”, respondeu a socialista.

Charliton respondeu na réplica afirmando que Cida Ramos tinha “mudado muito” de posicionamento em relação ao “golpe”. “Neste momento a gente precisa ter lado, a senhora fica constrangida por ter como vice um político que apoiou e votou pelo golpe”, disse o petista se referindo ao deputado Wilson Filho (PTB).

“Charliton, a defesa da democracia sempre contou com a nossa colaboração, a boa política não é desconsiderar aliados”, respondeu Cida na tréplica.