Brasil

Datafolha: porcentagem cai, mas maioria dos brasileiros ainda defende prisão de mulheres que fizerem aborto


23/03/2024

Manifestantes pró-aborto fazem protesto a favor da reforma que permitirá licença menstrual de três dias e amplia acesso à interrupção voluntária da gravidez (Foto: Susana Vera/ Reuters)

Portal WSCOM com 247



Pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado (23),  revela uma mudança significativa na opinião dos brasileiros sobre a criminalização do aborto. De acordo com os resultados, 52% dos entrevistados acreditam que as mulheres que interrompem voluntariamente uma gestação devem ser processadas e presas, uma redução de 6 pontos percentuais em relação a uma pesquisa similar conduzida em 2018, quando 58% apoiavam a punição após a interrupção da gravidez. A descriminalização, contudo, é apoiada por 42% dos entrevistados, ante 33%, em 2018.

Siga o canal do WSCOM no Whatsapp.

Segundo o estudo, 50% das mulheres entrevistadas defendem que aquelas que fazem o procedimento sejam presas. Entre os homens esse número atinge 54%. No entanto, 44% das mulheres e 41% dos homens acreditam que as mulheres não deveriam ser encarceradas caso façam aborto. Apesar das diferenças, os resultados estão dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, indicando um empate técnico.

Ainda conforme a pesquisa, católicos e evangélicos possuem uma maior tendência a considerar mulheres que abortam como criminosas, com 56% e 55%, respectivamente, apoiando a prisão. Por outro lado, os espíritas se mostraram menos propensos à criminalização, com apenas 39% defendendo a punição com prisão. Quanto ao posicionamento político, 51% dos entrevistados considerados petistas defendem que a mulher seja processada e presa, enquanto entre os bolsonaristas, esse número sobe para 59%.

A pesquisa Datafolha realizou entrevistas presenciais com 2.002 pessoas de 16 anos ou mais em 147 municípios de todo Brasil entre os dias 19 e 20 de março. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //