Após meses de oscilação negativa, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresenta sinais de recuperação. Levantamento realizado pelo instituto Datafolha entre os dias 1º e 3 de abril revela que a avaliação positiva do governo subiu de 24% para 29%. A pesquisa ouviu 3.054 pessoas em 172 municípios e tem margem de erro de dois pontos percentuais.

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Apesar de a reprovação seguir numericamente maior — caiu de 41% para 38% —, o movimento de alta na aprovação interrompe a tendência de queda observada desde o final de 2023. O percentual dos que consideram a gestão regular permaneceu estável em 32%.

A melhora na percepção pública ocorre em meio a mudanças na comunicação institucional do governo, como a nomeação de Sidônio Palmeira para a chefia da Secretaria de Comunicação Social (Secom), além da realização de ações de maior visibilidade, como o evento “Brasil Dando a Volta por Cima”, realizado no último dia 3 de abril.

A variação positiva da aprovação se concentrou em grupos que vinham demonstrando maior distanciamento do governo. Entre os eleitores com ensino superior, o índice de ótimo ou bom subiu de 18% para 31%. Na faixa de renda de 2 a 5 salários mínimos, a aprovação foi de 17% para 26%. Já entre os que ganham acima de 5 salários mínimos, houve crescimento semelhante: de 18% para 31%.

Nordeste

Regionalmente, o Nordeste voltou a registrar os maiores índices de apoio, com 38% de aprovação. No Sudeste, o índice subiu de 20% para 25%. Entre as mulheres, outro segmento em que o governo enfrentava queda de popularidade, a aprovação passou de 24% para 30%.

Pesquisa

A expectativa em relação ao restante do mandato revela um país dividido. Segundo o Datafolha, 35% acreditam que Lula fará um governo ótimo ou bom, mesmo índice dos que esperam um desempenho ruim ou péssimo. Outros 28% projetam uma administração regular.

A pesquisa também mediu a percepção da população sobre a própria vida desde o início do atual mandato. Para 29%, a situação piorou; 28% dizem que melhorou; e 42% afirmam que nada mudou — número que, embora ainda alto, caiu em relação aos 51% registrados em fevereiro.

Em perspectiva histórica, os números atuais se aproximam dos registrados por Lula durante a crise do mensalão, em 2005, quando sua aprovação oscilava em torno de 28%. Em comparação, no terceiro ano do governo Jair Bolsonaro, a avaliação positiva era de 24%, com 45% de reprovação.