Após publicação do informe publicitário pago pelo Governo do Estado, no qual são divulgados supostos números e resultados dos mil dias da atual gestão, a deputada Daniella Ribeiro (PP) cobrou as autoridades competentes que enviem à Assembleia os relatórios do Governo para confrontação com os dados publicizados.

Durante discurso na tribuna, Daniella ironizou a publicidade oficial, afirmando que aquela Paraíba da publicidade não é a mesma que os paraibanos conheciam e moravam: “Na Paraíba que vi nas páginas da Veja a violência declina diante de investimentos robustos em segurança. Vamos morar lá. Afinal, como podemos escolher morar nesta Paraíba, onde os cidadãos já tem receio de andar pelas ruas, mesmo durante o dia, pois são alvo constantes de assaltos e sequestros relâmpago”, destacou.

A deputada ressaltou os dados do ranking da violência, no qual a Paraíba está em 2º lugar em pesquisa divulgada pelo G1 e os internacionais, divulgados pela rede de TV norte-americana CNN, que apontaram João Pessoa como a 10ª capital mais violenta do mundo. “Assim, para quem mora no segundo Estado mais violento do país ou na décima cidade mais violenta do mundo, a melhor opção é ir morar na Paraíba das páginas da Veja”, disse.

Outras informações da peça publicitária foram contestadas por Daniella. Ela trouxe os resultados da CPMI da violência contra a mulher. Nesses dados, João Pessoa aparece como a segunda capital onde mais se mata mulheres, com uma média superior a média nacional de homicídios, enquanto na peça do Governo são desenvolvidas ações “para garantia de direitos e o fortalecimento da Rede de Enfrentamento da Violência”, como diz o texto publicitário.

Ela citou os dados da Revista Exame sobre as 100 maiores empresas do Norte/Nordeste, apenas uma delas está na Paraíba, ao mesmo tempo em que a Bahia abriga 25 dessas empresas e o Rio Grande do Norte abriga três. Na condição de representante da sociedade, Daniella Ribeiro pediu, na forma regimental, informações sobre os dados que foram utilizados na formulação da propaganda paga pelo Governo.

Ao final do discurso, a parlamentar falou sobre as ofensas que partiram da primeira-dama do Estado através das redes sociais e tiveram como alvo além dela, outros parlamentares que votaram contra a concessão do título de cidadania paraibana.

Daniella disse que seu voto está em consonância com a opinião de muitos paraibanos que se manifestaram nas redes e que o comportamento de Pâmela Bório ratifica os motivos que a levaram a se posicionar contrariamente. “Como parlamentar, estou pronta para discutir os assuntos que tenham relevância e que sejam do interesse da sociedade. Mas, minha educação e meus princípios não me deixam tomar parte do que é apenas mais uma demonstração do destempero da mulher do governador”, concluiu.