Futebol

Daniel Alves confirma que ofereceu transplante para salvar a vida de Abidal

Por puro amor


22/09/2013



A goleada sobre o Rayo Vallecano e a perda da posse de bola após cinco anos não foram as únicas notícias do clube que chamaram a atenção recentemente. Um gesto de Daniel Alves, que esteve no banco ontem, também. Abidal (hoje no Monaco), que lutava contra um câncer no fígado quando defendia o clube catalão e precisava de um transplante para se salvar, afirmou que o brasileiro se ofereceu para doar seu órgão. Mesmo sabendo do risco para a sua carreira.

Em entrevista ao LANCE!Net, Daniel Alves (é o brasileiro que mais vezes vestiu a camisa do Barça, com 262 jogos) confirmou a versão do grande amigo francês, mas afirmou que por ele essa história não seria revelada, pois tinha certo receio da interpretação que as pessoas poderiam ter do gesto. O lateral da Seleção deixou claro também que por Abidal, a quem considera ser um exemplo de vida, faria tudo novamente e com noção dos riscos que o transplante teria para sua vida profissional.

Ajuda ao amigo:

Foi uma coisa privada, uma coisa que se ele não tivesse publicado ninguém ficaria sabendo. Eu não queria me aproveitar dessa situação para algum interesse. Não era essa a minha vontade. Minha vontade era apenas ajudar, pela admiração que eu tenho por ele, por todo o carinho com sua família, filhas e esposa. Quando a vida está em jogo, o futebol fica em segundo plano. Sobretudo quando você tem uma pessoa que admira e que passa por uma situação daquela. Um momento delicado.

Transplante: risco de encerrar a carreira:

Evidente que havia o risco. Mas também não era 100% certo que eu teria que deixar o futebol com a doação. Tanto é que ele se recuperou e hoje está jogando, graças a Deus, muito bem. Era um risco que eu corria, mas não era 100% seguro que ao fazer isso não teria uma vida praticando o futebol. Mas, como falei, quando a vida está em jogo, o futebol é o de menos.

Amizade com Abidal:

Quando eu cheguei, Abidal já estava aqui no Barça. A vida tem algumas situações que são inexplicáveis. Uma delas é a admiração que eu tenho por ele, por sua família. São situações que a vida nos dá. Até mesmo em uma relação com parente, na qual você poderia fazer o mesmo por ele. Mas aparece uma pessoa na sua vida que te soma até mais do que um parente. E isso faz com que você se entregue muito. Abidal é uma das pessoas assim que apareceram na minha vida. Deus me deu inteligência e força para me dar alternativas para que possa viver até sem o futebol, sabendo que ele seria eternamente agradecido por isso. Se tivesse de fazer isso para salvar a vida dele, Deus me abriria outras portas.

Decisão de oferecer o transplante:

Sempre tomei as decisões na minha vida desde pequeno, por conta da minha independência muito precoce. Era uma decisão minha, não consultei ninguém, só compartilhei com minha esposa. A esposa dele também ficou sabendo na época. Tinha medo que alguém soubesse e fizesse uma má interpretação.
Relação hoje em dia:
Sempre digo que para estar perto, não precisa estar junto. Sempre nos falamos, trocamos mensagem. Ele é grande amigo e quando puder vou fazer uma visita.

Sobre a saída do francês e o uso da camisa 22:

Já dei minha opinião sobre a saída dele (em entrevista à imprensa catalã, disse que ficou surpreso com a forma muito conturbada como Abidal deixou o clube). Usava a camisa 2, do ex-lateral Cafu, meu ídolo. Agora passei a usar a 22, que representa muito (era o número de Abidal no Barça).

 



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