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Da denúncia à prisão domiciliar: confira a linha do tempo do caso da empresa paraibana Braiscompany

Até o momento, ainda não há previsão de data para o casal conseguir a aprovação no pedido de extradição para o Brasil.


22/05/2024

Os donos da Braiscompany, Antônio Inácio e Fabrícia Campos estão foragidos (Foto: Reprodução)

Anna Barros/ Redação Portal WSCOM

Braiscompany, empresa paraibana fundada em 2018 na cidade de Campina Grande, tem sido foco nacional e internacional quando o assunto é lavagem de dinheiro e pirâmide financeira. Os fundadores da empresa, Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Farias Campos, foram presos em março deste ano enquanto estavam foragidos na Argentina, mas o processo está longe de terminar.

A empresa afirmava ser uma gestora de criptomoedas, intitulando-se até como a maior da América Latina. Entretanto, em 2022 o esquema quebrou deixando mais de prejudicadas. Entre elas estava o ex-campeão de boxe Acelino “Popó” Freitas, que afirmou perder mais de R$1,2 milhão ao investir na empresa.

Durante o período 2019-2023, as contas bancárias do casal movimentaram aproximadamente R$1,5 bilhão. A queda oficial da empresa ocorreu no final de 2022, deixando mais de 22 mil pessoas no prejuízo.

Denúncias e operações

Após a queda da empresa, vários clientes começaram a denunciá-la afirmando terem sido lesados pelo golpe. No dia 16 de fevereiro de 2023, aconteceu a primeira ação da Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público Federal, denominada Operação Halving. A ação cumpriu mandados de busca em apreensão tanto na sede da Braiscompany, como em endereços ligados ao casal em Campina Grande, João Pessoa e São Paulo.

Neste primeiro momento, foram expedidos mandados de prisão temporária para Antônio e Fabrícia, no entanto, o casal já estava foragido e não foi localizado.

Antes mesmo da segunda fase da operação, no dia 24 de fevereiro de 2023, a Justiça Federal aceitou o pedido do MPF para converter os mandados em prisão preventiva. Somado a isso, também foi determinada a inclusão dos nomes no sistema da difusão vermelha da Interpol.

Em abril, foi iniciada a segunda fase das investigações, onde foi deflagrada a operação Select em Campina Grande. No mês seguinte, a Select II realizou as operações em São Paulo.

Quase um ano após as operações, a Justiça Federal condenou o casal a cerca de 150 anos de prisão. As penas foram fixadas pelo juiz federal Vinícius Costa Vidor, sendo 88 anos e sete meses para Antônio e 61 anos e 11 meses para Fabrícia.

Prisão

Depois de mais de um ano foragidos, o casal foi preso na Argentina pela Polícia Federal e pela Interpol. A prisão ocorreu no dia 29 de fevereiro deste ano.

Eles são considerados culpados por crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais.
As autoridades conseguiram localizá-los devido a compras no mercado e idas à academia, mesmo com Neto utilizando identidade falsa para tentar despistar.

Eles foram encontrados na cidade de Escobar, com seus dois filhos.

Desenrolar da prisão

Devido aos cuidados que os filhos pequenos necessitavam, um dia após a prisão, Fabrícia foi posta em prisão domiciliar.

Até esta terça-feira (21), Antônio estava em regime fechado, mas, sua defesa conseguiu alegar à Justiça Argentina que ele necessitava cuidar de sua esposa e filhos com a justificativa de que ela “toma remédios” e “sofre de hipertensão”.

Até o momento, ainda não há previsão de data para o casal conseguir a aprovação no pedido de extradição para o Brasil.



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