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Cunha pode optar por delação premiada e estremece governo Temer

DEPUTADO DO RJ


15/06/2016

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que teve seu pedido de cassação aprovado nesta quarta-feira (14), pela Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, pode recorrer a delação premiada, para se proteger das investigações que podem o levar a prisão e ameaçam também a sua filha e esposa. A informação é do jornalista Kennedy Alencar.

A possível delação de Cunha pode, segundo o jornalista, estremecer as bases do governo interino de Michel Temer, a quem Cunha era aliado e auxiliou na aceleração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, permitindo a ascenção do Peemedebista ao Palácio do Planalto.

Segundo o Brasil 247, o deputado Eduardo Cunha teria montado uma base de apoio parlamentar própria a partir do aliciamento de ao menos 150 colegas parlamentares, assim ele se tornou líder do PMDB e, em 2015, presidente da Câmara dos Deputados.

O que se estima, no parlamento, é que Cunha tenha, ao menos, 150 deputados fiéis, além de pelo menos uma dezena de senadores – e isso sem contar em alguns dos ministros mais próximos do presidente interino Michel Temer.

Depois de ontem, quando viu seu processo de cassação avançar no conselho de ética da Câmara dos Deputados, Cunha ficou sem saída. Isso porque, no mesmo dia, um juiz do Paraná determinou o bloqueio dos seus bens, dos seus familiares e também de suas empresas, como a emblemática Jesus.com  

Na prática, Cunha já perdeu os recursos de suas contas na Suíça, o patrimônio no Brasil e está prestes a perder o mandato parlamentar. Além disso, sua esposa, Cláudia Cruz, e sua filha, Danielle Dytz, estão no radar do juiz Sergio Moro. A justiça exige ainda que ele devolva cerca de R$ 100 milhões aos cofres públicos.

Caso se concretize, a delação do presidente afastado da Câmara será a mãe de todas as delações, abalando o governo interino de Michel Temer, que, sem Cunha, perderia seu maior aliado e seu principal pilar de sustentação no Legislativo.



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