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Cufuçu se prepara para ganhar às ruas do Centro da Capital

"Com charme"


12/02/2015

Sexta-feira 13, o Cafuçu está com os diabos no couro. Já devidamente esquentado pelo Baile do Cafuçu no último 31 de janeiro, o Bloco do Cafuçu sai às ruas com charme, estilo e sofisticação. A partir das 18h, cafuçus de Cabedelo ao Seixas, de Mangabeira ao Bessa descerão para a cidade velha e se espalharão pelas três praças do centro da capital: Ponto de Cem Réis, Praça do Bispo e Praça Rio Branco com sonorização, seis orquestra de frevo e os Djs Kylt, 10 Anu e Naza, que já animaram a cafuçuzada noutras folias de rua. Animará também os foliões a gargalhada mais famosa da cidade da célebre Corrinha Mendes, rainha hors-concours do bloco há sete anos.

A coordenação do bloco, liderada pelo ator Buda Lira, lamenta a diminuição do número de orquestras cedidas pela Fundação Municipal Cultura (Funjope). Este ano, apenas cinco foram destinadas para o Cafuçu, bloco que mais defende o carnaval tradicional, aquele sem trio elétrico e que valoriza o centro histórico da cidade. O Cafuçu reúne diversas gerações de foliões encantadas com a proposta, digamos, mais cultural do bloco, que chama atenção para a beleza arquitetônica da cidade velha e valoriza os músicos locais com a contratação das orquestras de frevo. Graças ao apoio da Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (Aduf-PB), o Cafuçu terá mais uma orquestra para animar a festa.

O apoio institucional ao bloco cresce inversamente proporcional à importância que o bloco vai tendo na cidade. O cafuçu é o bloco que tem cada vez mais aumentada a participação dos foliões e que tem a maior simpatia da população e da mídia local que adere ao espírito cafuçu nas suas matérias. Para se ter uma ideia, há dez anos o bloco já saiu com 20 orquestras. No sentido de assegurar uma participação mais justa do dinheiro público na folia, Buda Lira defende a existência de edital antecipado com apoio do poder público. Outra ideia da coordenação do Cafuçu é a diminuição do período do Folia de Rua, aproximando mais da data do carnaval. O cafuçu, por exemplo, sairá no ano que vem no sábado de carnaval para comemorar os seus 25 anos de existência.

As seis orquestras de frevo animarão o percurso que se inicia na Rua Visconde de Pelotas, segue pela Rua General Osório e desce a ladeira do Edifício 18 andares, chegando à Rua da Areia. O Bloco desce até a Praça Antenor Navarro, no Centro Histórico, e lá as Casas do Varadouro ficam encarregadas de continuarem a cafuçagem.

Além das orquestras, a animação também ficará por conta dos DJs Nadja, Kylt e 10Anu. Naza acompanha do Bloco Cafuçu desde 2008, quando o bloco se concentrava apenas na Praça do Bispo. Depois de sua estreia no desfile do Cafuçu naquele ano, esteve presente nos dois principais eventos do bloco, Forró e Baile do Cafuçu, respectivamente a festa junina e o esquente geral que antecede o desfile. Nazareno Andrade é parte do coletivo de discotecagem Volante Filipéia e é um musicômano convicto que garimpa, escuta, dança e toca tudo o que faz a pessoa mexer, especialmente o que as suas plateias nunca souberam que sempre quiseram ouvir.

Com a sua segunda partipação no Bloco do Cafuçu, a DJ Kylt toca ativamente há dez anos e percorre vários horizontes com seu som, sendo reconhecida por sua técnica e primorosa pesquisa musical. Ana Mônica também é designer e articuladora cultural e vem tornando-se uma fiel difusora dos ritmos brasileiros e de outros lugares da América Latina, bem como sons africanos na busca de extrair harmoniosamente estes estilos para a pista de dança. Participa constantemente da programação de variados eventos culturais e é DJ residente da Summertime desde 2012.

O Bloco Cafuçu sai às ruas desde o ano desde 1989, quando o professor e quadrinista Henrique Magalhães confecciona o primeiro estandarte e reúne amigos a desfilarem no Bloco Muriçocas do Miramar, tendo como porta estandarte o professor William Pinheiro. O Bloco surge como ideia numa brincadeira entre amigos reunidos no carnaval de 1988, em Itamaracá (PE), sendo o “cafuçu” um termo muito utilizado pela atriz Adalice Costa, para designar pessoas com “maus modos” ou que se vestiam fora da moda. Até 1997 o Bloco saía na Orla do Cabo Branco, se mudando a partir desta data para o Centro Histórico, concentrando-se primeiramente na Rua Duque de Caxias. Depois passa a ocupar a Praça Dom Adauto (Praça do Bispo) e, em seguida o Ponto de Cem Réis e Praça Rio Branco, desfilando até a Praça Antenor Navarro. 



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