Desde a eleição de Samir Xaud como novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), uma pauta antiga, paralisada na gestão de Ednaldo Rodrigues, ganhou força. A criação de uma nova divisão no futebol nacional. 

A fala que reacendeu o debate foi a do presidente do ASA/AL, Rogério Siqueira, que representa os clubes da Série D na Comissão Nacional de Clubes. Segundo ele, Xaud já demonstrou abertura para fazer coisas novas e que já há uma proposta apresentada que seria viável, precisando talvez de pequenos ajustes. A declaração foi feita no programa Papo Esportivo, da rádio Líder FM, em Arapiraca. 

‘’A Série D, a gente quer transformar ela numa série de fato. A proposta parte do princípio que em 2027, a Série D deixe de ser uma divisão de entrada. O ASA hoje não é um clube de Série D, ele está na Série D. Se ele não subir, está rebaixado’’, afirmou

Rogério Siqueira conta com o apoio do presidente do Maringá, João Vitor Mazzer, para tirar a nova divisão do papel, onde segundo a proposta apresentada, ela teria praticamente o mesmo formato da Série D, 64 times divididos em 8 grupos. Já a Série D, reduziria num primeiro momento de 64 para 32 clubes, sendo estes escolhidos com base na classificação desses clubes para o mata-mata da Série D, mas que não chegaram a conquistar a vaga na Série C. Num segundo momento, esses 32 seriam reduzidos para 20 clubes.

Siqueira também apontou que a medida é necessária vista a disparidade de SAF´s surgindo, onde possuem um orçamento desigual, criando uma estabilidade para clubes como ASA, tradicionais, na atual Série D:

‘’Existe uma dificuldade hoje, porque tem muitas SAF´s surgindo. Hoje vai ter ali entre SAF´s e clubes empresas, pelo menos umas 20, com orçamentos desproporcionais’’, completou

Presidente do Serra Branca se posiciona

Terceiro colocado no Campeonato Paraibano 2025, o Serra Branca, um exemplo dessas novas SAF´s apontadas por Rogério Siqueira, conquistou pela primeira vez a vaga no Brasileirão Série D. O assunto de reformulação pode impactar diretamente o clube. 

O presidente do clube paraibano, Rafael Farias, falou ao Portal WSCOM sobre o assunto, onde adotou uma postura de cautela sobre as falas circuladas na imprensa, optando por aguardar de caráter mais oficial por parte da CBF:

“Com a recente mudança na liderança da CBF são muitas especulações, vejo que são muitas propostas que vão surgindo de vários lados, tudo ainda no campo das ideias mas nada necessariamente concreto.’’, afirmou

Sobre a necessidade de fato da criação de uma nova divisão, Rafael expressou preocupação quanto às dificuldades enfrentadas pelos clubes, já na Série D, com estrutura, transmissões, algo que pode inviabilizar uma nova divisão: 

‘’Vejo que embora o Brasil seja um país de dimensões continentais, a própria imprensa tem noticiado dificuldade na estrutura da Série D, sejam com desistências, transmissões, entre outros fatores, o que nos levanta a questão como seria uma quinta divisão.’’, completou

Para Rafael há necessidade de se discutir o tema, mas para tirar do papel, é preciso que haja um plano bem elaborado: 

‘’Penso que o debate é válido, desde que realmente ocorra um planejamento que viabilize a estrutura pra competição”.

Artur Bolinha defende nova divisão

O presidente do Treze, Artur Bolinha, disse que ainda não foi procurado para discutir a criação da Série E, mas se posicionou a favor. Segundo ele, “o futebol brasileiro ganharia muito”.

“Acho que seria importante pela quantidade de clubes que o Brasil tem, pelo tamanho do próprio país, pela quantidade de atletas que possuímos. Com isso, daria muito mais oportunidade a times de estarem em atividade, mais oportunidade a nós atletas, inclusive até mesmo de surgimento com mais vitrine e visibilidade”, disse.