Política

CPI da Petrobras ouvirá Eduardo Cunha e Gabrielli nesta quinta-feira

nesta quinta


12/03/2015



O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli serão ouvidos nesta quinta-feira (12), a partir das 9h30, na CPI da Petrobras.

Segundo o presidente do colegiado, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), o próprio Cunha, que é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal (STF), solicitou na última segunda (9) para prestar depoimento aos integrantes da CPI.

Já Sérgio Gabrielli foi convocado pelos integrantes da CPI na sessão da última quinta (5). Na ocasião, além de Gabrielli, também foram convocados a ex-presidente da petroleira Graça Foster, o ex-diretor de Refino e Abastecimento Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Serviços Renato Duque e os ex-diretores da área Internacional Nestor Cerveró e Jorge Zelada. A convocação torna a ida à Câmara obrigatória.

Eleito para a presidência da Câmara em fevereiro, o peemedebista será investigado a pedido da Procuradoria Geral da República para esclarecer seu suposto envolvimento no esquema de corrupção que atuava na Petrobras. O parlamentar do Rio é um dos 47 políticos que integram a lista de abertura de inquérito enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, à Suprema Corte.

Na semana passada, Cunha apareceu de surpresa na sessão da CPI para dizer que se colocava à disposição do colegiado para prestar depoimento.

“No primeiro momento em que a comissão assim o entender e me permitir, à medida que se conheça qualquer tipo de detalhe, eu faço a questão absoluta de, espontaneamente, comparecer aqui nesse plenário, debater e ser inquirido por vossas excelências, esclarecer todo e qualquer ponto que seja necessário”, disse Cunha na ocasião.

O presidente da Câmra foi citado pelo doleiro Alberto Youssef em seu depoimento de delação premiada ao Ministério Público Federal como um dos beneficiários da propina paga dentro da estatal. Youssef é acusado de ser um dos líderes do esquema de pagamento de propina a funcionários da Petrobras e partidos políticos.

De acordo com o doleiro, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa intermediou o contrato de aluguel de um navio plataforma da Samsung junto à estatal. Para viabilizar o contrato, o doleiro afirmou que o executivo Júlio Camargo, da Toyo Setal, pagou propina a integrantes do PMDB, "notadamente Eduardo Cunha". Youssef não soube precisar o valor.

Cunha nega qualquer envolvimento no esquema de corrupção e classifica as acusações de “absurdas”. Na segunda-feira, ele disse que seu advogado, o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando Souza, vê “incoerências” no pedido de abertura de inquérito contra ele. Antonio Fernando foi o responsável por apresentar a denúncia que resultou no julgamento do mensalão e atualmente trabalha como advogado.

“[Souza] acha absurdo, concorda em gênero, número e grau com a posição que a gente tem. [Ele] levantou várias outras incoerências que eu ainda não tinha levantado e vai levantar mais”, ressaltou Cunha na última segunda-feira.



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