Saúde

Consumo de leite não diminui o risco de fraturas ósseas, diz estudo


29/10/2014

Com base em pesquisas realizadas pela Universidade de Uppsala, na Suécia, o estudo mostrou que mulheres que bebiam mais de três copos de leite por dia na verdade mostravam mais tendência a sofrer lesões do gênero que mulheres consumindo menores quantidades do produto.

Os pesquisadores, porém, alertam que os resultados apontam uma tendência e não devem ser interpretados como prova de que o maior consumo de leite causou as fraturas de fragilidade óssea. Fatores como o peso e o consumo de álcool também devem ser levados em conta, alertam.

Chances dobradas

O leite durante anos tem sido recomendado como uma boa fonte de cálcio, mas estudos investigando uma relação entre o consumo do produto e o fortalecimento ósseo apresentaram resultados conflitantes. A pesquisa sueca examinou os hábitos alimentares de 61.400 mulheres entre 1987-90 e de 45.300 homens em 1997 para então monitorar sua saúde ao longo de um período de até 20 anos.

Participantes preencheram questionários sobre a frequência no consumo de alimentos como leite, iogurte e queijo. Os pesquisadores, então, viram quais participantes sofreram fraturas e tiveram outros problemas nos anos seguintes. "As mulheres com alto consumo de leite tinham um risco 50% maior de sofrer fraturas de bacia", explica Karl Michaelsson, pesquisador-chefe da Universidade de Uppsala.

Os homens foram monitorados por 11 anos e os resultados mostraram uma tendência parecida, porém menos acentuada.

Padrões opostos

Curiosamente, produtos à base de leite fermentado, como o iogurte, apresentaram o padrão oposto: o maior consumo reduziu o risco de fraturas.

Para o professor Michaelsson, outro fator que pode influenciar a força óssea são os açúcares do leite, que testes de laboratório já mostraram acelerar o envelhecimento em alguns animais. "Os resultados do nosso estudo questionam a validade das recomendações do consumo de grandes quantidades de leite para a prevenção de fraturas de fragilidade óssea", afirma o pesquisador. "Mas esses resultados precisam ser interpretados de forma cautelosa por conta da natureza observacional do nosso estudo".

Michaelsson defende ainda que as recomendações sobre o consumo de leite não sejam alteradas até que se conduzam mais pesquisas sobre o tema.



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