Saúde

Consultar o “Dr. Google” é um risco para a saúde


09/08/2018



Em plena era digital, com acesso rápido e fácil às informações, muitos brasileiros vêm recorrendo à internet para fazer aquela rápida e conveniente consulta. Quem nunca sentiu uma dor insistente ou um sintoma diferente e recorreu ao “Dr. Google”? É cada vez mais comum que internautas busquem a solução para problemas de saúde na web, antes mesmo de procurar um médico.  Especialistas alertam que o autodiagnóstico é um risco ainda maior para a saúde.   

Como uma varinha mágica é muito simples consultar determinado “sintoma” no buscador online para que o “Dr. Google” relacione a determinada característica ou “doença”. Esse comportamento está preocupando especialistas que já intitularam os pacientes com este perfil de “cibercondríacos”. O alerta é para o risco do autodiagnóstico. A pesquisa e busca por informações é sempre sadia, o problema é quando a pessoa acha que o “Dr. Google” resolve e deixa de consultar um especialista.

E isso tem sido tão comum que se tornou objeto de estudo. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo instituto “Ipso MORI”, cerca de 86% dos brasileiros que possuem acesso à internet utilizam a rede para buscar orientações sobre doenças e remédios. Nesta mesma pesquisa, o Brasil é o quinto do ranking do estudo, feito com 12 países.

A pesquisa revelou ainda que, dos que buscam informações sobre a sua saúde, 45% procuram se informar sobre hospitais e 41% buscam na internet experiências de outros pacientes com o mesmo “problema” de saúde.

A jornalista Aline Paim confessa que frequentemente consulta o Dr. Google. “Se me sinto mal, anoto no bloco de notas do celular os sintomas e vou para o Google pesquisar. Sempre me identifico com milhares de sintomas e doenças. Fico aflita, sou muito ansiosa. Hoje estou fazendo mais consultas sempre que necessário, mas confesso que não gosto e, mesmo que vá ao médico, olho o Google antes”, conta.

A situação é comum para muitos hoje em dia, é o que explica a Enfermeira Fabiane Assunção. “Hoje as pessoas estão conectadas o tempo todo, mas o risco é grande. Quando esse paciente chega na emergência, é o mesmo questionamento: eu vi isso na internet, acho que estou com determinada ‘doença’, já se autodiagnosticando sem ao menos passar pela anamnese e processo de exames”.

A enfermeira ainda destaca que isso é um risco muito grande para a saúde porque essas pessoas podem se automedicar, além dos aspectos psicológico. É comum encontrar pacientes em clínicas ou hospitais com preocupações exageradas depois de pesquisar seus sintomas no “Dr. Google” ou ler sobre problemas de saúde de celebridades. Em geral, os pacientes acreditam que sua condição de saúde é muito mais severa. “Muitas vezes, eles acabam sofrendo por algo inexistente, ocasionando estresse e ansiedade”, conclui Assunção.



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