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Com trio da WNBA, Brasil inicia luta por um bom papel na Copa do Mundo

Copa


27/09/2014



 O basquete brasileiro vive uma de suas melhores fases desde a década de 1990. Tiago Splitter se tornou o primeiro jogador do Brasil a ser campeão da NBA, pelo San Antonio Spurs, superando o Miami Heat de LeBron James. Depois, Marcelinho Huertas conquistou a Espanha com o Barcelona. E ainda teve Bruno Caboclo, que atuava no Pinheiros e foi a 20ª escolha da primeira rodada do último Draft da liga americana pelo Toronto Raptors. Se o país tem sete atletas na NBA – Splitter, Caboclo, Lucas Bebê (Raptors), Anderson Varejão (Cleveland Cavaliers), Vitor Faverani (Boston Celtics), Nenê Hilário (Washington Wizards) e Leandrinho (Golden State Warriors) -, a WNBA já tem três representantes do Brasil: Érika de Souza e Nádia, do Atlanta Dream, e Damiris Dantas, que atua pelo Minnesota Lynx. Apesar de a seleção feminina vir de campanhas ruins tanto nas Olimpíadas como em Mundiais, o trio de pivôs da liga americana de basquete renovou a esperança de bons resultados para o Brasil na Copa do Mundo da Turquia, entre os dias 27 de setembro e 5 de outubro.

A primeira prova de fogo será contra a República Tcheca, neste sábado, às 15h15 (de Brasília), com transmissão ao vivo do SporTV e cobertura em Tempo Real do GloboEsporte.com. Os assinantes do Canal Campeão também podem acompanhar os lances pelo SporTV Play.

Atuais vice-campeãs mundiais, as tchecas chegam confiantes para o Mundial, mesmo com a ameaça do desfalque de Petra Kulichová. A craque do time sofreu uma lesão no último amistoso antes do Mundial (derrota para os Estados Unidos em casa), na despedida de sua apaixonada torcida. Ainda assim, a comissão técnica optou por trazê-la a Turquia e iniciou uma corrida contra o tempo para recuperá-la, mas é difícil que ela volte para a estreia. Apesar de não levar tanto perigo nos dribles e nas infiltrações, os arremessos certeiros de Jana Veselá podem deixar o Brasil em maus lençóis. Eva Vitecková é outra que dará trabalho, principalmente, nas cestas de dois pontos, sua especialidade. Katerina Elhotova é uma das mais completas do time: arremessa, corre e marca. Apesar de fugir do padrão europeu, um jogo mais cadenciado, a República Tcheca joga com muita velocidade e tem a pontaria afiada. Para anular as principais armas das rivais, o técnico Luiz Augusto Zanon e o assistente Cristiano Cedra bolaram três planos – A, B e C -, mas o mais importante é fechar a defesa e não deixar as laterais confortáveis em quadra.

Referência na WNBA e no mundo, indicada a MVP (jogadora mais valiosa) da última temporada e eleita a quinta melhor do mundo, Érika vive o auge da carreira. Este ano, ela disputou o All Star Game pela terceira vez, agora como titular, e é muito elogiada pelo seu técnico, Michael Cooper, que a considera a melhor defensora do Atlanta Dream. Na liga americana de basquete, a pivô tem médias de 15,2 pontos, 9,7 rebotes (terceira melhor), 1,4 roubos, 1,8 tocos (terceira melhor), e aproveitamento de 57% nos arremessos de quadra (quarta melhor). Mas ela lembra que nada foi fácil na sua jornada rumo ao topo.

– A cada ano vivo sensações diferentes e isso me deixa motivada. Acho que estou no auge e espero ficar por alguns anos, se possível. Meu início foi complicado. Não falava nada de inglês e nunca havia saído do eixo Rio – São Paulo. Foi tudo muito difícil mesmo, mas sempre tive anjos que me ajudaram. Naquele time de 2002, eu tinha a Vendrana, que já tinha jogado no Brasil e foi ela quem me deu uma luz naquele começo nos Estados Unidos. Não é fácil chegar aqui e acho que não teremos muito mais jogadoras na WNBA. Depende de muitas coisas. Além do talento, para vir para cá, você tem que ser melhor do que elas, igual não basta. Se não, eles optam pelo que eles têm dentro do país, o que está certo, pois as americanas tem uma qualidade enorme. Espero que se abra mais, mas tem um limite. Se olharmos quantas estrangeiras temos na liga, veremos que o espaço é bem pequeno – analisou Érika.



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