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Com preços em queda, impressoras 3D devem ganhar mercado em 2014

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17/01/2014



 Pela primeira vez em cinco décadas de Consumer Electronics Show e 20 anos de impressão 3D, a tecnologia ganhou um espaço próprio na edição deste ano da maior feira de eletrônicos do mundo. Na CES 2014, empresas como 3D Systems, MakerBot Industries, Sculpteo e Stratasys podiam ser encontradas no 3D Printing TechZone, um espaço totalmente dedicado à impressão 3D dentro do evento.

Novidades não faltaram. A 3D Systems, responsável por lançar a primeira impressora 3D em 1989, anunciou doze novos modelos na CES 2014. Uma delas é a Cube 3, primeira máquina da marca a custar apenas US$ 1.000 (cerca de R$ 2.370), um valor bem distante dos habituais US$ 5.000 (em torno de R$ 11.860).

Entre as funcionalidades estão a impressão a partir de dois materiais diferentes, duas opções de cores na mesma peça (há um total de 25 cores disponíveis) e um aplicativo para smartphones. Além disso, segundo a empresa, a Cube 3 está mais fácil de recarregar do que os modelos anteriores e por isso é ideal para o uso doméstico. Com Wi-Fi e Bluetooth, a impressora 3D chega até meados de 2014 aos EUA.

Uma das líderes do mercado, a MakerBot anunciou três novas impressoras e toda uma plataforma de impressão. Fazem parte desse ecossistema novos aplicativos, o MakerBot Desktop e o MakerBot Mobile, o MakerBot PrintShop, para imprimir em 3D itens exclusivos, e a loja chamada MakerBot Digital, onde é possível comprar, baixar e imprimir projetos.

Das três novas máquinas, uma delas se destaca pelo valor mais acessível: a MakerBot Replicator Mini Compact 3D Printer, que chegará ao mercado por US$ 1,375 (em torno de R$ 3.260) até o meio deste ano.

Outra novidade relevante do universo 3D é que a Adobe incorporou nesta semana o suporte para impressoras 3D ao Photoshop. A versão mais recente do programa, o Photoshop CC, agora envia arquivos diretamente para impressoras 3D da Makerbot.

Mercado em expansão

Projeções não faltam para este mercado. O IDC, em relatório divulgado em dezembro de 2013, afirma que a impressão 3D, que nasceu como algo de nicho, caminha para a popularização. Para o instituto, as empresas do setor reconheceram os benefícios da tecnologia e estão dispostas a arcar com os custos de produção do maquinário. A expectativa do IDC é que o setor cresça 59% em número de unidades e 29% em receita de 2012 a 2017.

O Gartner, outra importante consultoria, afirma em relatório divulgado em outubro de 2013 que a impressão 3D crescerá 75% em 2014, com o número de unidades produzidas chegando a 98.065. Em 2015, além do dobro de unidades, o Gartner prevê que sete dos 50 maiores varejistas do mundo venderão impressoras 3D em suas lojas físicas e online.

Outras instituições também fizeram suas previsões: a Consumer Electronics Association (CEA), patrocinadora da CES, acredita que serão vendidas 99 mil impressoras 3D neste ano, enquanto a consultoria Wohlers Associates acredita que em 2015 as vendas de impressoras e de serviços relacionados vão chegar a US$ 3,7 milhões ao redor do mundo.

No Brasil ainda não há estudos de mercado sobre impressão 3D. Diego Silva, analista do IDC no País, diz que a instituição deve acompanhar o cenário mais de perto em 2014 com a entrada de grandes fabricantes. A HP anunciou no final de 2013 que está preparando sua própria impressora 3D para este ano ainda. A Epson também estaria desenvolvendo um equipamento próprio voltado ao cliente corporativo.

Mesmo com grandes nomes da impressão tradicional se interessando pela tecnologia, Diego Silva acredita que serão dois cenários distintos. No Brasil, o mercado de impressão tradicional caminha para a maturidade, mas ainda existem oportunidades junto às médias e pequenas empresas e na prestação de serviços terceirizados de impressão. Já a impressão 3D é uma tecnologia totalmente nova e, segundo o analista, sua aplicabilidade não é clara e seus segmentos de atuação ainda são desconhecidos.

“Todo mercado cujo campo é virgem, toda a tecnologia em adoção, tem uma previsão de crescimento absurdo, pois parte do zero. De qualquer forma, é de se ter atenção, pois a impressão 3D já chamou a atenção dos fabricantes tradicionais”, comenta Silva.


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