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Com olhar eletrônico, Osasco e Rio decidem mais uma vez a Superliga

Clássico


07/04/2013

A rivalidade entra em quadra. Pela nona vez consecutiva, Rio de Janeiro e Osasco vão decidir o título da Superliga Feminina de Vôlei. E será um desfile de estrelas: Sheilla, Jaqueline, Thaisa, Adenízia e Fernanda Garay pelo time paulista; e Fabi, Fofão, Valeskinha e Natália pela equipe carioca. Todas fizeram parte da seleção brasileira nas conquistas das medalhas de ouro nas Olimpíadas de 2008 e 2012.

O retrospecto da atual temporada demonstra o equilíbrio. Nos dois jogos realizados na primeira fase da Superliga, uma vitória para cada lado. Nas últimas oito finais, o Rio de Janeiro leva vantagem: cinco títulos contra três do Osasco. Mas o time paulista é o atual campeão. A TV Globo e o SporTV transmitem ao vivo a partida neste domingo, às 10h (de Brasília), no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

O duelo deste domingo terá uma novidade. Um recurso eletrônico importado da Polônia será usado pela primeira vez na decisão para auxiliar os árbitros nos lances polêmicos. Uma estação de vídeo será montada próxima à mesa de controle da arbitragem e vai receber imagens de 16 câmeras especiais, posicionadas estrategicamente para capturar lances dúbios em todas as linhas da quadra e também possíveis invasões por cima e por baixo da rede.

Osasco e Rio de Janeiro terão direito a dois desafios por set. O pedido deve ser feito pelas capitãs do time – Jaqueline e Fofão – imediatamente após o lance considerado polêmico. O segundo árbitro irá analisar o replay da jogada e avisar ao árbitro sobre a marcação. Nenhum representante de ambos os times poderá interromper ou afetar o trabalho da arbitragem.

Em um duelo tão equilibrado até a superstição entra em quadra. Fofão adotou o número 7 como talismã. Na camisa, ele já fica estampado. Mas o fato da decisão ter caído num dia 7 é visto como um bom sinal para a levantadora do Rio de Janeiro, de 43 anos e campeã olímpica em 2008, nos Jogos de Pequim.

– Esse é o meu número da sorte. Somos sete irmãos em casa, e esse número está associado à minha história de vida. O meu pai sempre gostou e passou isso para mim. Sei que vai me dar sorte jogar no dia 7, e estou feliz por isso – disse.

Sheilla também tem algumas manias. Ela procura sempre manter a cor do tênis durante toda uma competição. A cor do elástico no cabelo também não deve mudar. Uma ligação para a avó Maria Terezinha, que a incentivou a começar no esporte, é uma tradição também antes dos jogos. Já o número da sorte da bicampeão olímpica é o 13. Com ele, a oposto do Osasco conquistou a maior parte dos títulos da carreira. Ela veste a camisa desde quando começou a carrreira no Mackenzie, clube de Belo Horizonte (MG).

– Desde que comecei jogo com o número 13. Lembro que no Mackenzie só tinha a numeração de 1 a 12, mas eles fizeram a camisa 13 especialmente para mim, e desde então esse número me acompanhou em muitos bons momentos – lembra.

O técnico Bernardinho prefere jogar o favoritismo para o Osasco, que deve ter o maior apoio da torcida pelo jogo ser em São Paulo.

– Já tivemos mais paridade de condições em outras finais. Agora, a equipe delas é a principal do Brasil, talvez do mundo. Nessa decisão, vamos trabalhar para fazer um bom jogo e, quem sabe, conseguir um resultado surpresa – disse Bernardinho.

Do outro lado, o técnico Luizomar de Moura não aceita o status para o Osasco. Ainda mais quando do outro lado estão quatro campeãs olímpicas.

– Tem um ditado que diz que o jogo é jogado. Agora, nesse momento, há uma guerra psicológica de qual time é melhor, qual é o favorito… – disse Luizomar.

A líbero Fabi está confiante no título do Rio de Janeiro. Aos 33 anos, ela já conquistou cinco vezes a Superliga.

– Será um grande jogo. É uma rivalidade de muito tempo. Tenho grandes amigas do outro lado da rede, como a Sheilla, mas na hora da partida é diferente. A ansiedade, neste momento, é forte. O voleibol é jogado dentro de quadra, e tudo pode acontecer numa final – disse a líbero.

Vivendo uma grande fase desde a conquista do bicampeonato olímpico em Londres, Thaisa espera uma partida disputada neste domingo.

– Cada ano é diferente. A adrenalina para essa final está muito grande. O público vai lotar o ginásio do Ibirapuera. Temos tudo para fazer um grande espetáculo. São duas boas equipes com jogadoras que se conhecem bem.


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