Música

Com mistura de gêneros e muita festa, Malía lança ‘Onda’, com Léo Santana

O single é o primeiro da cantora do ano e também a primeira colaboração dos dois artistas


12/02/2021

Esta é a primeira colaboração entre Malía e Léo Santana - (crédito: Rogério Von Kruger/Divulgação)

Correio Braziliense



Em um ano em que as festividades de carnaval são mais seguras dentro de casa, a cantora Malía convidou Léo Santana para participar da dançante Onda. A música mistura pop, trap, pagode baiano e rap e entrega um clima festivo. O single é o primeiro da cantora do ano e também a primeira colaboração dos dois artistas

“Eu quis misturar coisas que eu curto muito, queria que, ao mesmo tempo, tivesse a ver com meu universo e com o do Léo e também queria colocar coisa que nós dois temos em comum, com as quais nos identificamos”, explica Malía.

Contudo, o produto final não seria o mesmo se não fosse uma mensagem nas redes sociais. Quando a artista escreveu a música, logo pensou em dividi-la com Léo Santana, mas acabava esbarrando em compromissos de agenda quando tentava contato com a equipe do cantor. Malía decidiu então mandar mensagem ela mesma nas redes sociais do cantor e a resposta que recebeu foi: “Preta, manda essa música aí”.

“O Léo é incrível, ele é aquela pessoa que poderia ser qualquer coisa que não cantor, mas ainda assim eu gostaria de trabalhar com ele. Porque ele é do fazer acontecer”, elogia a cantora. Ela afirmou que ele gostou da música e agilizou para que tudo fosse gravado. Leo Santana também adicionou uma parte de letra e composição idealizada por ele, mas que foge completamente do que costuma cantar. O cantor entra na faixa com um rap. “Uma das coisas que eu amei foi que eu vi o Léo fazer algo que ele gosta de ouvir. Eu senti que ele ficou à vontade pra fazer isso comigo e eu achei isso incrível”, ressalta Malía.

Onda: um clipe que dá saudade das festas

Pessoas dançando, vestindo a roupas confortáveis e sendo elas mesmas delineia o conceito do videoclipe da nova música de Malía. “Eu quis celebrar os nossos corpos, celebrar a nossa vida, celebrar. Mesmo com todas as dificuldades que estamos tendo”, pontua. A festa, mesmo segura e cenográfica, foi também um momento de descontração. “É muito mais trabalhoso do que festa normal, mas foi tudo tão bom. A galera investiu tanta energia, ficou um calor do caramba, tinha uma figuração também bem legal, então foi bem divertido gravar esse clipe”, revela a artista.

“Na hora de pensar no clipe, eu deixei muito na mão do diretor (Matheus Senra), mas também fui bem exigente”, avalia a musicista. Ela pediu para viver mais de uma personagem no vídeo porque achou que assim se representaria melhor. “Eu sou muito isso, cada hora eu to com um cabelo diferente, eu acredito que abrir minha cabeça para todas as pessoas que eu posso ser é bom, porque a pluralidade traz um lugar novo”, reflete.

 

 

Referências de uma vida nas músicas

Cantora Malía

Cantora Malía(foto: Rogério Von Kruger/Divulgação)

 

“Todas as vezes que a Malía tem dado certo é porque a Malía tem sido diferente da forma dela”, comenta a cantora. Ela busca por meio das próprias músicas criar algo próprio com a própria cara sem se atrelar a rótulos ou limitações. “O ouvinte que me acompanha está esperando se surpreender e eu gosto disso, gosto de criar expectativa”, conta. “Não tem como eu te dizer que eu canto rap, nem que que canto pop. Eu canto música”, completa.

A artista acredita que fazer algo novo é da essência do brasileiro e que a cultura do país destoa das demais, por conta das misturas e das referências variadas. “Eu não quero que a nossa essência de misturar referências morra, pois eu acho que é isso que faz com que o Brasil se descole de uma maneira muito positiva musicalmente do resto do mundo”, afirma Malía. “Eu acho que é muito mais interessante eu fazer uma coisa que eu sei exatamente de onde veio, sei o que é, que faz parte de mim, da minha história e das pessoas que estão ao meu redor. É assim que quero fazer a minha música brasileira”, acrescenta.

Outra referência que vem muito forte é da cultura afro-brasileira. Ela acredita que como uma mulher negra, e de periferia, nascida e criada na Cidade de Deus, precisa entender que as origens e os contextos que viveu fazem parte também da arte que apresenta. “O afro é pop, no mundo hoje o que movimenta é a música preta, é o hip-hop”, diz a cantora. “A história é cíclica, eu preciso saber de onde eu vim pra saber pra onde a gente vai”, adiciona.

Assim, Malía se vê disposta ao que tem pra receber no futuro da carreira e vai buscar dar continuidade à música que vem fazendo. “A minha vida, tudo que eu estudei, tudo que eu escutei, a educação dos meus pais, tudo isso foi pra me preparar para esse momento que estou hoje. Estar preparado pra mim é se sentir preparado e eu me sinto”, finaliza.



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //