Geral
“Verdade chinesa”
02/01/2014
Foto: autor desconhecido.
A letra da música “Verdade chinesa” fala da simplicidade das coisas da vida. Seus autores, Carlos Colla e Gilson, procuram colocar num poema belíssimo os questionamentos do nosso viver e na busca do que seja a verdade. Interpretada por Emílio Santiago ganhou muito mais beleza na mensagem poética. Entretanto, muita gente ainda não conseguiu entender o que seja “verdade chinesa”, e não há uma definição correta. Presume-se que a expressão advenha de algumas teorias defendidas por um filósofo chinês, de nome Shi Nai’an, que tratavam do que seria correto nos conceitos da ética e da moral, afirmando-se como a “verdade”.
“Era só isso/Que eu queria da vida/Uma cerveja/Uma ilusão atrevida/Que me dissesse/Uma verdade chinesa/Com uma intenção/ De um beijo doce na boca”. O desejo de viver as coisas simples da vida, de forma despreocupada. Tomar uma cerveja nos remete a pensar no lazer. E a “ilusão atrevida” é o direito de sonhar, fantasiar, querer realizar vontades. A “verdade chinesa” é ouvir o que não se pode questionar. E que tudo isso venha com o sabor gostoso de “um beijo doce na boca”.
“A tarde cai/Noite levanta a magia/Quem sabe a gente/Vai se ver outro dia/Quem sabe o sonho/Vai ficar na conversa/Quem sabe até a vida/Pague essa promessa”. No por do sol a imagem do encanto da natureza. Nele as emoções afloram como também as esperanças de que amanhã acontecerão novos encontros. Não necessariamente encontros amorosos, mas encontros com os acontecimentos da vida. Mesmo que os sonhos nunca se realizem, “fiquem na conversa”, mas há sempre a expectativa de que “a vida pague a promessa”, transforme desejos em realidade.
“Muita coisa a gente faz/Seguindo o caminho/Que o mundo traçou/Seguindo a cartilha/Que alguém ensinou/Seguindo a receita/Da vida normal”. O nosso comportamento é quase sempre ditado por regras e normas definidas pela sociedade. Somos compelidos a dar curso à nossa vida na conformidade de “cartilhas” que nos são apresentadas. Afinal de contas essa é a “receita da vida normal”.
“Mas o que é/A vida, afinal?/Será que é fazer/O que o mestre mandou?/É comer o pão/Que o diabo amassou?/Perdendo da vida/O que tem de melhor?”. Aqui os autores colocam alternativas para respondermos o que entendemos do que seja a vida. Vamos cumprir tudo o que nos foi ensinado, sem discordar, questionar ou debater se é certo ou errado? Vamos nos resignar e aceitar sofrimentos que nos são impostos pelas leis da vida social? Vamos deixar de fazer coisas simples que nos deem prazer, priorizando os afazeres complexos e complicados?
“Senta, se acomoda/À vontade, tá em casa/Toma um copo, dá um tempo/Que a tristeza vai passar”. Nos instantes de agruras, amarguras, dores, não adianta se exasperar. O melhor é “esfriar a cabeça”, se acomodar (não no sentido de desistir), e deixar que o tempo faça a “tristeza passar”. Não agir com açodamento ou pressa, nem pressionado por impulsos irracionais.
“Deixa, pra amanhã/Tem muito tempo/O que vale/É o sentimento/E o amor que a gente/Tem no coração”. Concluem o poema enfatizando que nada é mais importante na vida do que ter “o sentimento do amor no coração”. Quando o amor se instala no coração tudo se resolve. Então, nessas horas, vale mesmo é esperar o “amanhã” e aproveitar o tempo que fará com que as reflexões sejam feitas com mais calma.
• Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”.
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