Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

Vençamos a impaciência que quer nos dominar


09/03/2017

Foto: autor desconhecido.

 

A impaciência está tomando conta dos brasileiros. È perceptível a postura mal humorada que se evidencia nos debates políticos em qualquer fórum. Há um flagrante nervosismo com tudo. As manifestações de opinião são dadas com palavras agressivas, deixando transparecer o estado de irritação das pessoas. Daí para as ameaças é um pulo.

Estamos com os nervos à flor da pele. A perda do otimismo, a desesperança, o medo do futuro, causados pela conjuntura, tem provocando esse clima de ansiedade, mexendo com o nosso emocional. Ficamos à procura de perspectivas que nos ofereçam tranqüilidade, e não as encontrando, mergulhamos num mundo de incertezas diante das circunstâncias vivenciadas.

Livremo-nos, portanto, do contágio das influências perniciosas que minam nossa confiança no amanhã. Sejamos sábios no sentido de não ficarmos assustados com as surpresas desagradáveis. Transformemos as tensões em práticas de enfrentamento dos problemas. Vençamos o medo, mantendo-nos calmos, mesmo que sobressaltados pelos acontecimentos inesperados.

Essa impaciência produz desarmonia, quando se faz necessária a consciência da cooperação, da colaboração, da parceria, que refletirá na união de forças para superar as crises. O problema é que somos imediatistas, desejamos soluções e ações rápidas, onde enxergamos conflitos ou dificuldades. Exercitemos, então, no cotidiano, o gerenciamento de nossa paciência. Aprendamos a assumir o autocontrole. Contudo, não confundamos paciência com passividade. Podemos empreender uma luta contra o que nos incomoda, sem sermos acometidos de um ataque de nervos. Basta termos foco no que pretendemos, mantendo o ponto de equilíbrio nas situações adversas.

Pior é ficarmos reféns do jogo político e, por impaciência, adotarmos as estratégias dos que querem exatamente ver o país em chamas, com cada um de nós colocando um pouco de gasolina nesse incêndio. Está passando a hora de nos conduzirmos pela sensatez, abrindo mão das paixões políticas que afetam a nossa capacidade de raciocinar com isenção e agirmos com responsabilidade cívica, na compreensão maior de que a impaciência só nos levará ao aprofundamento do caos.
 


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