{arquivo}Basta parar alguns minutos, dialogar no tamanho exato para identificar o perfil do governador Ricardo Coutinho antenado com as temáticas do IGF (Forum de Governança da Internet), em curso no Centro de Convenções de João Pessoa, com foco muito além das querelas provincianas e da estreiteza no debate sobre Midia, Comunicação e Tecnologia da Informação no Brasil porque, além de tudo, ele resolveu abrigar aspectos negociais na agenda destes próximos dias.

Antes da abordagem, admitamos que o governador reclama com razão pela ausência da presidenta Dilma Rousseff na solenidade de abertura do IGF, nesta terça-feira à tarde, por entre outras coisas ter trocado este evento de influência internacional para entregar moradias do Minha Casa, Minha Vida.

Não há demérito algum no gesto de favorecer a moradia, muito pelo contrário, mas é pequeno demais deixar de imaginar ela sendo levada a todo o Mundo, posto que o evento está tendo transmissão Global, sem esquecer que ela poderia fazer um gol de letra reafirmando o Marco Civil da Internet no País. Olhar turvo dá nisso.

O MUNDO E AS COMUNICAÇÕES

Ricardo Coutinho considera a Internet fator revolucionário nas relações das sociedades, embora ache que estamos ainda muito distantes da democratização real da comunicação porque aponta a concentração de poder ainda em torno de poucas estruturas.

O governador da Paraíba considera ainda a liberdade de uso pelas Redes Sociais como quebra de paradigmas porque impede a dependência de uns poucos donos dos meios de produção no setor, mesmo assim entende estar ainda longe do padrão participativo. Mesmo assim vê muitos avanços.

Ele, entretanto, não foca sua agenda apenas em conceitos. Ao contrário, durante os próximos dias vai conversar com muitas autoridades – chefes de estado, CEOs, etc – buscando identificar como atrair negócios para a economia da Paraíba.

Este é, sem duvidas, um diferencial que reforça sua performance à altura da ousadia de atrair e consolidar o IGF 2015 levando a imagem da Paraiba para o Mundo num volume de informações nunca existente em todo o processo de história do Estado.

A TESE DE JOÃO GONÇALVES

{arquivo}O deputado estadual de Cruz das Armas saiu-se com esta, com razão, avaliando os efeitos do IGF:

– Todo o dinheiro investido, todas as estratégias feitas até hoje pelos governos anteriores para expor João Pessoa e a Paraíba para o mundo não tem o tamanho e valor como o que está acontecendo nestes cinco dias de Forum de Governança da Internet – declarou ele para arrematar: “Valeu tudo já feito até agora”.

O QUIPROQUÓ DA CRISE DESNECESSÁRIA

Ficou evidente que o nível de relacionamento entre Governo e Prefeitura de João Pessoa só tende a se agravar. A decisão do prefeito de chamar os dirigentes da ONU e CGI para um café – da – manhã fora do Centro de Convenções ressoou como insulto e “tentativa de usufruir de méritos considerados exclusivos do Estado porque, eis o argumento oficial, tudo só está acontecendo em face de investimentos e organização do Governo”, afirmou o presidente da FAPESQ, Prof. Doutor Cláudio Furtado, pois foi ele quem consolidou a atração do IGF para João Pessoa, ano passado na Turquia.

Num estágio de relações mais bem resolvidas isto (a crise) de fato não aconteceria. A Prefeitura estaria envolvida proporcionalmente de todas as tarefas e compromissos até por tudo estar se dando na Capital.

O prefeito, por sua vez, considera normal adotar as ações que fez e repete estar assegurando apoio na saúde e segurança.

Furtado acha, entretanto, que ao saber que não poderia falar na abertura do IGF, hj, o prefeito criou cena inusitada e que, conforme email chegado no celular do Secretário João Azevedo, desagradou à cúpula da CGI.

O fato é que tudo gerou muita irritação no meio oficial do Estado.

AUSENCIA DA CLASSE POLITICA

À exceção de parlamentares estaduais, infelizmente não houve registro até agora do envolvimento e participação dos deputados federais, à exceção de Veneziano Vital, e senadores no IGF – o mais importante evento sobre o Futuro da Internet no mundo.

Por que será? Seja qual for o motivo a justificativa é frágil pelo tamanho internacional e dos assuntos nele tratado.

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“Esse jogo não vai ser um a um…”