Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

Uma nova estrela no céu


04/02/2011

Foto: autor desconhecido.

BRASILIA – Quando Anne Tomaz me ligou e deu-me a notícia da morte de seu pai e meu amigo Ivan, olhei para o céu desta Capital e deixei perder no firmamento a última imagem de que lembro saindo do apartamento em que ele e sua inseparável grande dama Vera estavam em convalescência.

À época, semana passada, disse a Carlos Roberto de Oliveira que sai abalado com a aura de Ivan Thomaz porque em vida acostumei-me mesmo foi com ele piadista e autor de apelidos famosos, como poucos conheci na vida. Sem falar de seu talento de nivel nacional, internacional.

Minutos depois do telefonema, sem conter o pranto da perda amiga, reproduzi a dor para Carla, Pablo e Vinicius e deste último, de pronto, via torpedo, me fez chegar uma outra imagem que me fez desabar:

– O Botafogo perdeu uma grande estrela, mas no céu brilhará mais uma bela luz! Que Ivan encontre a paz! – definiu Vinicius, numa dissertação de tese somente possivel à quem enxerga a vida pelo humanismo enquanto valorizar da vida. E o pranto foi pouco para o rio de lágrimas incapaz de traduzir a perda amiga.

Chorando, sem poder conter a consciência de um amigo impotente, nem dei conta que as pessoas me entreolhavam querendo possibilitar ajuda, um afago, algo como um ´socorro´, mas elas nem sabiam ser impossivel de se efetivar porque de minha dor só mesmo nosso Deus pode cuidar.

Lembro de Ivan de muitas fases, mas as primeiras imagens chegam-me quando a ACEP – Associação dos Cronistas Esportivas da Paraiba – pontificava como um time de craques e nessa época Ivan era seguramente o mais entusiasmado narrador de futebol da Paraiba, sobretudo quando estava em campo o Botafogo – à quem ele dedicou para de seu amor na vida. Em campo, comandado por Ivan Bezerra, o ponta esquerda de pernas um pouco tortas, sabia fazer jogadas de bom jogador desde quando também jogou no Íbis.

Aliás, foi Ernani Ferreira Marques, seu primo e nosso amigo de juventude no Castelo Branco e no Íbis da Torre, quem me apresentou a Ivan, quando este vivia uma fase de transição, pois estava deixando o futebol passando a assumir de vez a propaganda, através da Aquarela – sua primeira agência com Ernani, isso sem contar a fase anterior da Lord (Erisinor) e a GR (Genival Ribeiro) e os “frilas” que fazia para Roberto Oliveira.

Dai em diante, Ivan passou a fazer peças memoráveis como “ Jardel é Jóia”, LOJAS MAIA – “ Toda sua” e uma infinidade de marcas ainda hoje na memória popular advinda do quengo iluminado deste torrelandense nascido pobre, mas criado em casa de rico até sumir no Rio de Janeiro, onde fez amigos, retornando para crescer de vez na vida para amar sua alma gêma, de nome Vera, gerar duas jóias raras (Alexandre e Anne) estendendo esse afeto a Joao Pessoa, cidade que sempre tomou conta das preocupações de Ivan.

Todo esse filme maluco no juízo desabou de uma vez só, como me fazendo débil, impotente, por nada ter podido fazer para retardar a viagem de nosso botafoguense para a vida eterna.

Mas, como diz o Mano Duda, Deus sabe o que faz porque Ivan estava sofrendo muito e este sofrimento era injusto à quem só fez o bem nesta terra. Não lembro de um só ato de Ivan que não fosse para poder contribuir na direção do bem. Por isso, com ou sem pranto, a vida se impõe pelo fator tempo fazendo-nos diante da inconformação ter de acatar os designios de Deus.

Nosso olhar agora, mais do que reverenciar toda a historia de Ivan, é partilhar a dor e a convivência mais proxima com Vera, Anne e Alexandre até que um dia Deus nos faça estar perto para sempre em tempo somente definido pelo poder divino.

Hoje, neste sábado de tristeza também, além de preces vou pedir a Maria Júlia e Antonio Cândido (meus pais, in memorian), que convidem Genival Ribeiro para o Lord produzir uma chegada de nivel, como só GR saberia fazer.

E digam a todos os nossos queridos familiares e amigos que uma grande quantidade de gente vive chorosa aqui na Terra, mas jamais haverão de esquecer de quem, como Ivan, serviu de exemplo extraordinário.

Adeus, querido Ivan! Que Deus o tenha no manto dos homens de bem, das pessoas honradas deste mundo chamado Paraíba.

ÚLTIMA

“Não deixe o samba morrer/ não deixe o samba acabar/
O morro foi feito de samba/ de samba pra gente sambar…”

 

 


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