Rômulo Polari

Professor e ex-reitor da UFPB.

Geral

UFPB-60 anos de progresso


04/12/2015

Foto: autor desconhecido.

A UFPB, a grande riqueza da Paraíba, está completando 60 anos. Essa jovem sessentona é fruto do trabalho e visão de gerações da comunidade universitária e de paraibanos ilustres construtores de futuro. Ela é o contraponto compensador da penúria estadual de recursos naturais e capital produtivo. É o farol e alerta do quanto o nosso desenvolvimento depende da educação, ciência e tecnologia.

Há anos, a UFPB tornou-se uma das mais importantes universidades do Brasil. É um fato excepcional, para uma instituição ainda tão nova, comparada às mais relevantes e antigas do mundo: a Harvard University, 379 anos, e as Universidades de Coimbra, 725 anos, Paris, 865 anos, e Bolonha, 927 anos, entre outras.

O primeiro feito histórico gerador da vocação à grandeza da UFPB, devemos ao governador José Américo, Lei nº 1.366, de 02.12.1955. Assim foi criada a Universidade da Paraíba, em João Pessoa, que já nasceu grande e complexa, para época, com cursos de Medicina, Enfermagem, Engenharia, Economia, Serviço Social, Direito e Filosofia.

Outro feito muito favorável ao dinamismo da UFPB foi a sua federalização: governo Juscelino Kubitschek, Lei nº 3.835, de 13.12.1960. Nessa conquista, foi fundamental a atuação do deputado Abelardo Jurema. O ato incorporou as Faculdades de Odontologia e Farmácia, em João Pessoa, e a de Economia, em Campina Grande.

Dos anos 1960 aos 1990, o destaque foi o reitorado Lynaldo Cavalcanti(1976-80) com uma forte expansão da universidade e sua estrutura multicampi. No ano 2000, a UFPB contava com sete campi: João Pessoa, Areia, Bananeiras, Campina Grande Patos, Sousa e Cajazeiras. Em 2002, os quatro últimos campi passaram à UFCG, criada pela Lei nº 10.419, de 09.04.2002. A UFPB reduziu a dimensão acadêmico-administrativa e orçamentária em um terço e concentrou 94% de suas atividades em João Pessoa.

Mas a maior revolução da UFPB foi o seu desenvolvimento recente, ao duplicar, em cinco anos, o que passou 52 anos para ser. De 2007 a 2012, apresentou os seguintes resultados expansivos: cursos de graduação: de 57 para 113; cursos de mestrado: de 33 para 55; cursos de doutorado: de 14 para 30; alunos matriculados: de 25.702 para 44.192; vagas no vestibular: de 4.269 para 8.425; professores doutores: de 809 para 1.480. O seu orçamento total passou de R$ 530 milhões para R$ 1,15 bilhão.

Nessa fase foram implantados novos campi (em João Pessoa, no bairro de Mangabeira, em Rio Tinto e em Mamanguape), a Faculdade de Direito de Santa Rita e uma expansão de grande porte do campus de Bananeiras na cidade de Solânea. Sete novos centros foram criados: Ciências Médicas; Ciências Aplicadas e Educação; Desenvolvimento Tecnológico e Regional; Informática; Energias Alternativas e Renováveis; Biotecnologia e Comunicação Turismo e Artes.

As avaliações do MEC demonstram que essa expansão da UFPB foi feita com qualidade. O seu IGC-Índice Geral de Cursos (graduação e pós-graduação) ficou na faixa quatro, como as boas universidades do Nordeste. Mas na concepção contínua do IGC, que vai 0 a 5,00, o da UFPB, ao passar de 3,05 em 2007 para 3,37 em 2012, superou o da UFBA, tradicional universidades da região, que cresceu de 3,30 para 3,35.

A UFPB deixou de ser a maior do Nordeste, com o desmembramento de 2002 que gerou a UFCG. Voltou a ser, em 2012, à luz de seus indicadores acadêmicos e orçamento do Tesouro nacional. A universidade está pronta para uma grande contribuição ao desenvolvimento do nosso Estado, um dos mais pobres do país. É muito difícil construir o futuro promissor do nosso povo, sem o papel que aí deve ter a UFPB.
 


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