Geral
“Suspiros”
19/02/2014
Foto: autor desconhecido.
A Cantora e compositora Manu Gavassi é um dos novos nomes da MPB. E na TV Globo estreia como atriz na novela “Em Família”, representando o personagem Paulinha. Na música “Suspiros”, ela fala do mundo de fantasias de uma jovem que nutre um amor platônico, à distância, mas que não tem coragem de se aproximar do homem por quem está apaixonada.
“Suspiros já não cabem mais dentro de mim/Se eu nem te conheço e já me sinto assim”. O “eu lírico” assume que está enamorada por alguém que não conhece pessoalmente, mas por quem vive suspirando de amor. Coisas de quem ainda não viveu na intensidade o que é, verdadeiramente, o amor. Tudo é sonho, construído no imaginário dos desejos. Mas está inteiramente dominada por essa vontade de viver uma história romântica.
“Eu não consigo te tirar do meu pensamento/O que é que eu faço para te ter aqui por um momento”. Não consegue encontrar nada mais importante para pensar, a não ser nesse alguém por quem se encontra perdidamente apaixonada. Na sua inexperiência amorosa fica a se perguntar que iniciativa tomar para revelar sua paixão e, por consequência, tê-lo nem que seja por um momento.
“Se eu te ver de longe e não me aproximar/Eu juro, eu vou morrer, eu não vou aguentar”. Os amores platônicos são assim, vividos sem aproximação física. Ver de longe já provoca emoções, mas potencializa a intenção de chegar perto, e na insegurança do que fazer, se castiga pela falta de coragem de fazê-lo.
“Faz tanto tempo eu imagino como seria/Você me ligando pra falar bom dia”. Os devaneios tomam conta da sua imaginação. Viaja nos sonhos. Há muito tempo idealiza ser surpreendida por uma ligação telefônica matinal e ouvi-lo desejar-lhe um bom dia.
“Mas só fico tentando imaginar seu sorriso/Me diz o que é que eu faço para te ter aqui comigo”. A imagem do homem que ama é permanente no seu pensamento. E então, a toda hora vê seu sorriso a ela dirigido, numa manifestação de correspondência da sua alegria por amá-lo. E então perguntar-lhe, afinal, como fazer para conquistá-lo definitivamente.
“Se eu te ver com outra eu vou passar mal/Eu sei é estranho, mas eu nunca fui normal”. Sofre só em pensar na possibilidade de um dia encontrá-lo com outra. Não saberá como será sua reação, mas com certeza não vai se sentir bem. Lamenta essa sua atitude estranha, de extrema timidez. Enfim entende que não é normal esse seu comportamento.
“Faz tanto tempo eu quero te dizer o que eu sinto/Se alguém me perguntar se eu te quero, eu minto”. Não é de agora essa paixão. Sempre esteve ansiosa pelo momento de poder se declarar e falar tudo o que sente. Entretanto, o acanhamento não permitiu. E é tão forte essa inibição que negaria o sentimento se fosse indagada por alguém a respeito.
• Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”.
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