Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

“Sonhar não custa nada, ou quase nada”


18/07/2014

Foto: autor desconhecido.

O samba enredo da escola Mocidade Independente de São Miguel, em 1992, tratou de um tema muito explorado no cancioneiro popular, o sonho. “Sonhar não custa nada, ou quase nada”, tem como autores Paulinho Mocidade, Dico da Viola e Moleque, e foi gravado por vários nomes conhecidos da MPB.

“Sonhar não custa nada/E o meu sonho é tão real/Mergulhei nessa magia/Era tudo o que eu queria/Para esse carnaval”. Muitas vezes viajamos tanto nos nossos sonhos que parecem realidade. É como se vivêssemos algo mágico, desejado, sublime. Os sonhos refletem os sentimentos de um mundo melhor, através deles nos transportamos para um futuro idealizado.

“Deixe a sua mente vagar/Não custa nada sonhar/Viajar nos braços do infinito/Onde tudo é mais bonito/Nesse mundo de ilusão”. Por nossa mente conseguimos expressar sentimentos e necessidades, por isso é importante que a deixemos vagar para que seja criativa no sentido de alcançarmos tudo o que almejamos para a nossa felicidade. Sonhar é encontrar-se consigo mesmo numa viagem sem cobrança pela passagem, sem despesas, sem nada que se exija em troca. Na verdade, é momento de vivência num mundo de fantasia, onde tudo está na conformidade do lhe agrada, do contrário seria pesadelo. Exercitar a capacidade de imaginar o quase impossível, viver em devaneios.

“Transformar o sonho em realidade/E sonhar com a mocidade/É sonhar com o pé no chão”. Os sonhos envolvem visão do futuro. O ideal é que eles se transformem em realidade. Para tanto é preciso sair da abstração para a ação. Porém é importante acreditar nos sonhos e confiarmos em nós mesmos. Na imaginação nos inspiramos a agir de acordo com nossos objetivos, numa postura otimista da vida.

“Estrela de luz/Que me conduz/Estrela que me faz sonhar”. É olhar para os céus e encontrar a estrela que vai conduzir nossos sonhos. O guia de outra dimensão que nos fará seguir caminhos ambicionados.

“Amor, sonhe com os anjos (não se paga)/Não se paga pra sonhar/Eu sou a noite mais bela/Que encanta o teu sonho”. No delírio de apaixonado, pedir que a pessoa amada sonhe com os anjos e o coloque entre eles. Anjos são seres puramente espirituais que promovem o bem, estado de contentamento. Todo sonho é gratuito. Quer ser o encantamento do seu sonho noturno.

“Te alucina por te amar/Vem nas estrelas do céu/Vem na lua de mel/Vem me querer”. Pretende ser alucinação de um instante de amor. Algo que surge do firmamento, na luminosidade das constelações. Viver o êxtase de uma noite de núpcias, em toda a sua capacidade de enlevo e arrebatamento. Estabelecer uma reciprocidade no bem querer.

“Delírio sensual/Arco-íris do prazer/Amor, eu vou te anoitecer”. No deleite da sensualidade, dar cores aos prazeres intensos vividos num anoitecer.

“Eu vejo a lua no céu/A mocidade a sorrir/De verde e branco na Sapucaí”. Os compositores finalizam voltando ao objeto maior do seu samba, apresentar a escola que defendem no desfile na Avenida Marquês do Sapucaí, nas cores verde e branco da Escola Mocidade Independente de São Miguel. Sorrindo de felicidade e no deslumbramento da visão da lua no céu.

• Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”.


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