Sem dúvidas, este sábado foi dia de muitas movimentações políticas no Pais voltadas na direção de 2010, a começar com pré-lançamento da candidatura de José Serra à Presidência da Republica. Mas, em termos de Paraiba, o fato mais importante foi, sem duvidas, o encontro estadual do PT com a presença do ex-ministro Jose Dirceu.

Embora enfatizando no Encontro, no Hotel Ouro Branco, que quem comanda os destinos do partido é a militância – instância essa à qual é grato e se submete às suas decisões – o ex – Ministro da Casa Civil, José Dirceu, rejeitou em discurso a pecha de que estava vindo enquadrar o cenário da Paraíba mas, mesmo com todos os discursos em contrário, foi exatamente isso o que ele fez.

Só que, enquanto conversava com Maranhão, na Granja Santana, paralelamente no Encontro de forma majoritaria o partido decidiu que a aliança se dará com o governador tendo Luciano Cartaxo na Vice. Para ter a possibilidade de Couto seria preciso que seus aliados acenassem interesse nessa direção, mas, apesar de espera nesse sentido, o confronto se manteve na reunião.

Principal articulador do PT, Dirceu passou menos de 24 horas no estado,  mas foi o suficientemente para conversar abertamente com todas as tendências internas do partido e, ainda, o principal aliado, governador José Maranhão e o PMDB, expondo pontos- de – vista que, se houve bom senso entre os atores políticos, será a rearrumação exitosa de que depende o PT.

Dirceu foi na ferida: o PMDB é o principal aliado do PT e da campanha da Ministra Dilma Roussef e, na Paraiba, não há duvidas da prevalência pemedebista até porque ele disse ser impossível conviver com o DEM e o PSDB, sobretudo, quando insere o senador Efraim Morais como o principal algoz de Lula e dos petistas/aliados daí a importância de eleger um senador.

Como a Coluna antecipou há duas semanas, o nome focado foi o do deputado federal Luiz Couto que, em reunião fechada com Dirceu e os mais próximos, resistiu o quanto pode mas nem por isso o ex-ministro desistiu e foi com essa mesma proposta conversar com as demais correntes internas do PT e, especialmente, José Maranhão, em mais de três horas de entendimentos cara a cara.

Dirceu deixou muito claro que tem relação pessoal com Ricardo Coutinho e vai manter essa condição, da mesma forma que não considera inteligente recusar o apoio dele à ministra Dilma – configurando assim a possibilidade de outro palanque – mas confessa dificuldades com a opção feita por Ricardo em se aliar com o DEM e o PSDB.

A síntese é que Dirceu vai insistir em ter Luiz Couto senador de Maranhão o que motivará remanejamento de Luciano Cartaxo, agora com a incumbência de coordenar essa operação em nome do PT, devendo se não lograr êxito a ação de atrair o deputado aí sim se construirá alternativas como a de Luciano se manter na vice.

Em síntese, tomando como base todos os movimentos internos do PT: o partido está fechado com Maranhão tendo formalmente Luciano como vice, portanto, a legenda tem participação na majoritária.

Apesar de tudo, até a convenção não é demais admitir que a tese de Lula e Dilma intermediada por Zé Dirceu tenha êxito, mesmo com as decisões deste sábado.

POR QUE NÃO SE REUNIU COM RICARDO

O ex-ministro revelou que não conversou com o pré-candidato Ricardo Coutinho neste sábado porque o líder do PSB não estava na cidade.

– Quero deixar claro que não estive com Ricardo porque ele esta fora da cidade – observou Dirceu lembrando que tem conversado com ele,  reconhece seu valor, mas admite o que considera estar má companhia (DEM e PSDB).

Dirceu disse que Dilma não pode recusar apoios.

 






Serra: um qualificado Opositor se assume

O fato político mais importante do sábado no Brasil foi gerado pelo ex-governador de São Paulo, José Serra, lançando – se como pré-candidato à Presidência da República atraindo para si todo o descontentamento nos diversos estados diante dos avanços políticos do PT e de seu maior líder, Luiz Inácio Lula da Silva.

A festa democrática do PSDB já era esperada em termos de dimensão, logo a estrutura montada recebeu milhares de representantes políticos dos diversos estados do Pais – algo absolutamente previsível.

Serra nas horas em que pontuou em discurso, ora lido ora comentado, focando seu compromisso na direção do Pais mostrou que é dos nomes postos na Oposição o que tem melhor preparado histórico e discursivo para se contrapor ao PT e à ministra Dilma Roussef.

Tem passado à esquerda, aliás aspecto que condena na sua concorrente, nutre um histórico respeitado como gestor público e é nome confiável da grande mídia e das estruturas nacionais e internacionais de contestação ao predomínio das linhas de ação advindas da era Lula.

Durante o discurso, Serra pontuou os vários flancos de uma administração do tamanho do Brasil questionando muito do que tem sido apontado como ganhos do governo Lula e isso será a partir de agora o foco da comparação real onde quem é o que na produção de resultados em favor da sociedade.

Pelo conjunto do que apresentou, ficou claro que a eleição de 2010 será uma das mais disputadas de toda a historia do Pais em face do significado do tucano e do que esta por trás dele, além de sua verve.

Agora, cada passo, cada momento será acompanhado milimetricamente fazendo – o um pré-candidato de valor, mas que vai se deparar com o conjunto de valores bem estruturado e capaz de ir para o debate onde for apontando que também sabe governar o Brasil.

Em síntese, agora a Oposição tem um nome para servir de estandarte na busca de retomar o Poder, hoje nas mãos de uma liderança que elevou o nome do Brasil além das picuinhas normais de campanha.

Se é assim, vamos acompanhar passo a passo.

Última

"Vai passar nesta avenida/

um samba popular…"